Quaest 2026: Lula lidera em todos os cenários
Surpresa é bom desempenho de Fernando Haddad revelado pelo levantamento
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Quaest nesta quinta-feira (12) avalia possíveis cenários para a eleição presidencial de 2026, mostrando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera em todos os testes de segundo turno realizados. O levantamento, que simulou oito cenários, incluiu quatro adversários na disputa com Lula e os mesmos quatro tendo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como candidato do PT.
Nos cenários com Lula, o presidente ultrapassa todos os principais adversários por uma margem confortável. Em uma simulação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula venceria por 51% a 35%. Contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a vantagem do presidente seria ainda maior: 52% a 26%.
Em um cenário com o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), derrotado na disputa pela prefeitura de São Paulo este ano, Lula também lidera com 52%, enquanto Marçal ficaria com 27%. A maior diferença seria registrada em um possível embate contra o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), com Lula alcançando 54% e o governador, 20%. Na última quarta-feira (11), o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), tornou Caiado inelegível por oito anos por abuso de poder político nas eleições municipais de 2024.
Haddad
Caso Lula venha a não se candidatar à reeleição, Fernando Haddad aparece como uma opção viável pelo campo governista. Entre as alternativas postas ao presidente, ele lidera as menções, com 27%. Embora hoje seja um adversário do presidente, o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PDT) é o segundo mais mencionado, com 17%. O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), vem em seguida com 14%. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), soma 4%, e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (PT) têm 2% cada. O índice de indecisos chega a 33%.
Colocado, então, como alternativa em segundo turno, Haddad, então, vence Bolsonaro por 42% contra 35%. Contra Tarcísio de Freitas, Haddad teria 44% e o governador 25%. Em uma competição contra Pablo Marçal, Haddad recebe 42% e o influenciador 28%. E o ministro da Fazenda venceria Caiado por 45% contra 19%.
Bolsonaro
Com Bolsonaro declarado inelegível até 2030, a pesquisa também investigou quem seria o candidato do campo oposicionista para enfrentar Lula. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) surge como a mais forte opção, com 21%. Em seguida, aparecem Pablo Marçal com 18%, e Tarcísio de Freitas, com 17%.
Impressiona como opção de oposição o nome da ministra do Planejamento Simone Tebet (MDB), que recebeu 10%. O governador Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, tem 7%. Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, 4%. Caiado aparece com 3%, e 21% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder.
A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e entrevistou presencialmente 8.598 eleitores brasileiros, de 4 a 9 de dezembro. A margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos. Com um nível de confiança de 95%.
Tração
O cientista político Isaac Jordão, considerou relevante a preferência geral recebida por Haddad, considerando o próprio histórico do político. “Para além das campanhas, o nome dele, que até então era muito conhecido ou como o substituto do Lula, ou como ex-prefeito de São Paulo, parece ter ganhado tração como um nome próprio, como alguém que tem mostrado serviço na Fazenda”, disse Jordão.
Na avaliação do professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), Joscimar Souza Silva, embora Michelle Bolsonaro não tenha sido divulgada publicamente como possível candidata, os 21% das citações “não se podem ignorar”. Além disso, citou a alta taxa de brancos/nulos no levantamento. “Essa porcentagem tende a se reduzir quando há nomes claramente definidos dos candidatos", finalizou o especialista.