Imagens que resumem a política no ano de 2024

Um ano violento, com cadeiradas e agressões até bomba

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Crise entre os poderes termina com Dino como protagonista: bloqueio de R$ 4,2 bi em emendas

Por Rudolfo Lago

Violência. Essa é uma palavra que infelizmente ajuda a resumir o ano de 2024. Uma investigação da Polícia Federal aponta que teria havido mesmo uma tentativa de golpe de Estado no país para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022.

As 884 páginas do inquérito chegam a afirmar que o plano, batizado de Operação Punhal Verde Amarelo, chegava a prever o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Consequência da investigação, 40 pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Seu candidato a vice, o general Walter Braga Netto, terminou o ano preso.

Reações dos grupos ligados ao governo anterior acabaram também sendo violentas. Em novembro, Francisco Wanderley Luiz, conhecido com Tio França, parou um carro no estacionamento próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Dali, saiu carregando explosivos. Aparentemente, sua intenção era explodir a estátua da deusa Têmis, símbolo da Justiça, de autoria de Alfredo Ceschiatti, que fica na Praça dos Três Poderes, em frente ao STF. O próprio Tio França acabou sendo a única vítima do atentado: a bomba explodiu sobre ele. Outros artefatos explosivos explodiram o automóvel estacionado.

A violência marcou as eleições e os embates políticos. Em São Paulo, o candidato a prefeito pelo PSDB, José Luiz Datena, chegou a desferir uma cadeirada em seu adversário do PRTB, Pablo Marçal, em um debate. Deputados chegaram trocar empurrões e chutes no Congresso. Onde um deputado, Chiquinho Brazão, responde a processo de cassação, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco.

Um ano de eleições. Em janeiro, os 5,5 mil municípios brasileiros terão novos governantes. Ou prefeitos reeleitos, como Eduardo Paes (PSD) no Rio e Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo.

Embates fortes também moveram as relações entre os poderes, especialmente com relação a emendas orçamentárias.

No caso, a violência foi involuntária. Mas o presidente Lula escorregou de um banquinho no banheiro do Palácio da Alvorada. Feriu sua nuca, levou cinco pontos, e deu um susto no país quando precisou ser levado de emergência para o hospital para conter uma hemorragia interna. Que 2025 seja mais pacífico.

 

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Agência Brasil - A violência marcou 2024, levando mesmo a um atentado a bomba ao Supremo Tribunal Federal. O autor, conhecido como Tio França, foi a única vítima

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