No início de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já se prepara para um novo ato, com o intuito de marcar o segundo ano dos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Em resposta à reportagem, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) informou que mais detalhes sobre o evento serão divulgados em breve.
O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nas redes sociais um convite para o “Ato em Defesa da Democracia”, a ser realizado na próxima quarta-feira (8) a partir das 11h na Praça dos Três Poderes, na publicação, consta a presença do chefe do Planalto.
“Venha abraçar a Democracia, junto com Lula! Participe do ato suprapartidário com representantes dos Três Poderes, de entidades da sociedade civil, de classes e religiosas pelos dois anos das tentativas de golpe de estado e de destruição das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, promovidas por bolsonaristas em 8 de janeiro de 2023”, diz a legenda do convite.
Lula também teria solicitado a presença de todos os ministros de governo e líderes partidários do Congresso na cerimônia, além do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do presidente do Senado Federal Rodrigo Pacheco. Em uma tentativa de estreitar relações, os próximos presidentes das Casas Legislativas também foram convidados: o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que substituirá Pacheco, e o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), que ficará no lugar de Lira. As informações foram divulgadas pela CNN.
PL da Anistia
O projeto de lei 2.858/2022, que concede anistia aos envolvidos nos atos, será sempre um gesto simbólico da oposição no Congresso Nacional, que o utilizará em momentos em que a articulação política do governo estiver mais desatenta. Essa é a avaliação do advogado e cientista político Melillo Dinis ao Correio da Manhã. “Portanto, ele estará recluso em alguns momentos e, em outros, será ressuscitado para agitar o palco da política congressual”, afirmou Dinis.
Para o cientista político Isaac Jordão, a oposição continuará pressionando por sua aprovação, mas, segundo ele, “a chance do PL da anistia avançar é muito baixa”. Ele acrescenta: “O projeto faz parte das negociações relacionadas à eleição da mesa da Câmara, mas não há consenso sobre seu mérito”.
Primeiro ano
Em 2024, foram realizados uma série de atos em memória ao que aconteceu no ano anterior, proposto pelo próprio presidente da República, o evento principal foi batizado de "Democracia Inabalada", e contou com a presença de cerca de 500 pessoas. Na ocasião, Lula afirmou não haver perdão “para quem atenta contra a democracia".
"Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo conduto para novos atos terroristas", afirmou o petista.