No dia 1º de fevereiro (sábado), estão agendadas as eleições das novas Mesas Diretoras do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. No Senado, as votações começarão cedo, às 10h, já na Câmara as sessões começam às 16h. Os favoritos para as presidências são, respectivamente, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB).
Todavia, um comunicado de um outro nome que disputará a presidência do Senado gerou um atrito entre representantes da direita. Na segunda-feira (20), em entrevista ao portal AuriVerde Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a candidatura do senador Marcos Pontes (PL-SP), seu aliado, como concorrente de Alcolumbre. O astronauta lançou sua candidatura de maneira independente ao final do ano passado. Porém, o partido do candidato e do ex-presidente já declarou apoio a Davi Alcolumbre, em troca de espaço na Mesa Diretora do Senado e presidências de comissões.
“Marcos Pontes, que está disputando a presidência, boa sorte a você. Mas eu lamento você estar nessa situação, porque você sabe que não tem como ganhar. O voto é secreto e se nós embarcarmos na sua candidatura, que eu acho muito melhor que outras aí, nós vamos ficar sem comissões”, declarou Bolsonaro.
Na entrevista, o ex-presidente se manifestou insatisfeito com o colega de partido, que foi ministro de Ciência e Tecnologia durante sua gestão, e cobrou um retorno por tê-lo a apoiado ao cargo de senador em 2022. “Eu elegi você em São Paulo. Deixei de lado lá o meu amigo Marcos Feliciano, com uma dor no coração enorme, para te apoiar. Esse é meu pagamento? Agora pega mal para todos nós, né? Boa sorte a você, mas não é um trabalho em equipe. Estamos de olho em 2026, fortalecer o Senado Federal”, completou o ex-presidente. Marcos Feliciano (PL-SP), deputado federal, também postulava o cargo.
“Arrogância”
No mesmo dia, o senador escreveu em suas redes sociais, sem citar nomes: “A arrogância pode fechar portas, mas a humildade sempre abrirá as janelas da sabedoria para novos horizontes”.
Nesta terça-feira (21), em uma live para seus seguidores em suas redes sociais, Marcos Pontes destacou que lançou sua candidatura porque sentiu falta de um candidato que representasse a direita no Senado. Ele reforçou que não tem problemas pessoais com seu adversário, mas destacou que, se ganhar, pautará temas como projetos antiabortos, a anistia para os presos envolvidos nos atos contra os Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e a possibilidade de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Marcos Pontes, ele apresentou sua candidatura ao PL antes de o partido optar por apoiar Alcolumbre e que lançou sua candidatura de maneira independente para não ter conflito. Porém, ele defendeu que sua candidatura não atrapalha os interesses do PL.
“Eu sou candidato independente. A minha candidatura não atrapalha o partido, na verdade ajuda ele. Se o Davi ganhar, seguem as estratégias que formam firmadas entre ele e o partido. Se eu ganhar, nós teremos a presidência da Casa. Então, todas as pautas [contra o aborto, anistia para o presos de 8 de janeiro de 2023, impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, etc] vão andar. Ou seja, a gente ganha das duas maneiras”, afirmou o senador.
Alternativas
Em outubro do ano passado, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) chegou a lançar uma pré-candidatura à presidência do Senado. Todavia, a assessoria da parlamentar confirmou ao Correio da Manhã que, em novembro de 2024, o PSD optou por não lançar nenhuma candidatura para a presidência da Casa e apoiar Davi Alcolumbre – decisão que foi respeitada por Eliziane Gama.
Já na Câmara dos Deputados, apesar do notório favoritismo de Hugo Motta, o Psol lançará como alternativa de esquerda a candidatura do deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ). As chances dele são baixas, contudo, visto que a federação PT-PV-PCdoB confirmou apoio a Motta.