Após a primeira reunião ministerial do ano, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou que uma das prioridades do governo federal será reduzir os preços dos alimentos. Em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, da EBC, nesta quarta-feira (22), o ministro destacou que o governo se reunirá com os Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e da Fazenda para buscar “um conjunto de intervenções que sinalizem para o barateamento dos alimentos”. Ele, porém, não detalhou quais devem ser esse conjunto de medidas.
“No final do ano passado, o presidente fez uma reunião com a rede de supermercados do país, também com a mesma pauta. A rede de supermercado sugeriu algumas alternativas que vamos colocar em prática. A partir dessas reuniões vamos também ouvir os produtores, buscar medidas que consigam reduzir os preços dos alimentos”, completou o ministro.
O termo “intervenções” não foi bem avaliado. Logo após o programa, a Casa Civil emitiu uma nota negando uma eventual “intervenção de forma artificial”, como estabelecimento de tabelas ou compra de estoques de alimentos.
“A Casa Civil informa que não está em discussão intervenção de forma artificial para reduzir preço dos alimentos. O governo irá discutir com os ministérios e produtores de alimentos as medidas que poderão ser implementadas. Ainda não é possível avançar no detalhamento de tais medidas antes da realização das reuniões que irão tratar do assunto”, informou a pasta.
Safra
Durante o programa, Rui Costa reiterou que um dos principais motivos do encarecimento dos alimentos ocorreu devido a safras prejudicadas devido as mudanças climáticas. “O ano de 2024 foi atípico, do ponto de vista climático. Nós tivemos fortes secas em algumas regiões, em outras muita chuva e em algumas as duas coisas, como no Rio Grande do Sul. Então, isso comprometeu muitos lugares que tinham produção de alimentos, como o arroz – muita produção de arroz foi perdida em 2024. Isso fez com que, se tendo menos oferta do que a procura, o preço sobe”, explicou o ministro.
Para este ano, a expectativa do governo é que “a safra seja muito melhor de vários produtos”, o que deve contribuir para o barateamento dos alimentos.
Ele ainda completou que “a exportação e o aumento do poder aquisitivo” também pressionaram as alterações nos valores dos alimentos. “Se aumenta o consumo, as pessoas que vendem vão testando para ver se o consumidor se dispõem a pagar cada vez mais. Se quem tá vendendo sabe que a pessoa que está com um salário maior, quem produz vai testando para ver se o consumidor se dispõem a pagar um preço maior. Se o consumidor não pesquisar muito, isso tende a puxar uma elevação de preço. Então essa é uma agenda que vamos monitorar porque não adianta o salário subir, se os preços sobem na mesma proporção”, afirmou Costa.
Comunicação
Enquanto a Casa Civil se articula para atingir as exigências do governo, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, busca nos ministérios marcas capazes de turbinar a publicidade do governo. As informações são da Folha de São Paulo. A medida diz respeito ao plano de trabalho, anunciado pelo ministro na reunião ministerial, em potencializar a comunicação do governo em 90 dias. Para isso ser possível, ele busca saber quais são as prioridades de cada ministério para trabalhar a estratégia de comunicação para apresentá-los.
Durante a reunião, Sidônio ainda sugeriu a criação de uma central de monitoramento e resposta rápida de crise. Ele também orientou os demais ministros a compararem seus feitos à antiga gestão e evitarem declarações “off-the-record”, ou seja, que não terão seus autores claramente identificados.
Além disso, nesta quinta-feira (23), a Secom deve divulgar uma nova campanha institucional para combater as notícias falsas sobre o Pix, com o tema: “Pix: Seguro, Sigiloso e Sem Taxa”. Essa é a primeira ação do ministro. A campanha irá circular por diversos meios de comunicação – televisão, rádio, internet e redes sociais.