Sem Marçal, Lula e Bolsonaro empatam em 2026, diz Paraná Pesquisas
Ex-presidente, porém, está inelegível; O petista é a única chance da esquerda
Em levantamento divulgado pelo Instituto Paraná Pesquisas nesta segunda-feira (13), um cenário sem a participação do influenciador Pablo Marçal (PRTB) mostra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à frente do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma possível disputa pelo Palácio do Planalto nas eleições gerais de 2026.
No cenário estimulado, com os nomes apresentados aos entrevistados e sem a inclusão de Marçal, Bolsonaro lidera com 37,3% das intenções de voto, seguido por Lula, com 34,4%. Na sequência, aparecem Ciro Gomes (PDT) com 11,7%, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) com 5,4%, e o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), com 1,4%. Outros 6,2% dos entrevistados afirmaram que votariam em branco ou nulo, enquanto 3,6% não souberam ou não quiseram responder.
Já considerando a participação de Pablo Marçal, como ele já anunciou que fará, a disputa entre Lula e Bolsonaro fica tecnicamente empatada. O presidente Lula obtém 34% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro soma 33,9%. Ciro Gomes permanece em terceiro, com 11,3%, seguido por Marçal com 6,1%, Caiado com 4,7% e Barbalho com 1,2%.
Em um cenário espontâneo, quando não são apresentados os nomes aos entrevistados, Lula recebeu 20,1% das intenções e Bolsonaro 16,7%, com baixa porcentagem para os demais nomes. Chama a atenção que, no caso, 49,8% dos eleitores não sabem em quem votar.
Inelegível
Jair Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que entendeu que o ex-presidente fez a prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao atacar, sem provas, o sistema eleitoral brasileiros durante uma reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022.
A oposição havia depositado suas esperanças na possibilidade de reverter essa inelegibilidade por meio do Projeto de Lei (PL 2.858/2022), atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, que concede anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
De acordo com o cientista político Marco Teixeira, as chances de Bolsonaro reverter sua inelegibilidade até 2026 são nulas e a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) deve ser formalizada com base no inquérito após a Operação Contragolpe da Polícia Federal, complicando ainda mais a situação do ex-presidente.
Sem Bolsonaro e com Lula na disputa, o petista vence em todos os cenários testados e supera a esposa do ex-presidente, Michelle Bolsonaro (PL), e também os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD), além do candidato de centro Ciro Gomes.
Em contrapartida, todas as possibilidades analisadas para substituir Lula, dentro da sua base, caso o político não venha como candidato, são superadas pelos oposicionistas. Tarcísio surge em primeiro lugar, com 26,6%; Ciro Gomes fica em segundo (23,7%) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que seria o candidato de Lula, fica em terceiro (18,1%). Um cenário parecido entre Michelle (29,5%) e Haddad (17,9%). Ciro fica entre os dois, com 21,7%.
O único cenário em que Ciro Gomes surge em primeiro lugar (com 27,8%), é caso Bolsonaro apoie Tarcísio (27,8%) e Lula apoie o ministro da Educação, Camilo Santana (6,9%). A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, é testada, mas também não apresenta um alto desempenho.
Em sua análise, Teixeira sugere que embora a pesquisa indique uma possível vitória de Lula em um cenário sem Bolsonaro, o resultado pode não refletir completamente a realidade eleitoral, já que muitos dos eleitores de Bolsonaro podem não estar cientes de sua inelegibilidade. Além disso, apontou falta de alternativas para a esquerda. “A esquerda não tem outro nome se não marchar com o atual presidente”, afirmou o cientista político.
O levantamento ouviu 2.018 eleitores e foi realizado entre os dias 7 e 10 de janeiro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, e possui um nível de confiança de 95%.