Lula pede a ministros que votem nas eleições do Congresso

Vitórias de Hugo Motta e Davi Alcolumbre são vistas como certas; comissões nem tanto

Por Gabriela Gallo

Cabines instaladas no Salão Verde para a votação

Dia 1º de fevereiro serão as eleições do Congresso Nacional para definir as novas Mesas Diretoras e composições das comissões do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. No Senado, a sessão para definir o novo presidente está marcada para as 10h em uma sessão preparatória no plenário da Casa e, às 11h, ocorrerá uma segunda reunião para a eleição dos demais integrantes. Já na Câmara, já estão instaladas 12 cabines de votação para a eleição. A primeira sessão preparatória para definir o presidente está marcada para as 16h no Plenário.

Vale lembrar que o voto é secreto. Para serem eleitos, os candidatos precisarão de maioria absoluta. Na Câmara, são 257 votos, e no Senado, 41. Os vencedores cumprirão um mandato de dois anos. Os candidatos favoritos à presidência são o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Com um forte protagonismo dos candidatos, a vitória é praticamente dada como certa, apesar de ambos terem concorrentes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) orientou que os ministros de seu governo que tenham algum mandato no Congresso Nacional se licenciem para poderem votar nos candidatos favoritos da disputa. Esta é a primeira vez que Lula se posiciona sobre as eleições legislativas, visto que, durante as negociações, ele evitou se manifestar sobre o tema.

Ao todo, o governo tem 12 ministros com mandatos no Congresso, sendo oito deputados federais e quatro senadores. Os deputados são: Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais, do PT de São Paulo), André Fufuca (Esporte, do PP do Maranhão), Celso Sabino (Turismo, do União do Pará), Juscelino Filho (Comunicações, do União do Maranhão), Luiz Marinho (Trabalho, do PT de São Paulo), Marina Silva (Meio Ambiente, da Rede de São Paulo), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário, do PT de São Paulo) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas, do Psol do Maranhão).

Já os senadores são os ministros: Camilo Santana (Educação, do PT do Ceará), Carlos Fávaro (Agricultura, do PSD do Mato Grosso), Renan Filho (Transportes, do MDB de Alagoas) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social, do PT do Piauí).

Negociações

Enquanto os nomes dos futuros presidentes das Casas é dado como certo, as demais posições das Mesas Diretoras e comissões não aparentam estar com as mesmas certezas. Posições estratégicas dentro do Congresso são usadas como moeda de troca em busca de apoio para eventuais candidaturas, o que foi adotado pelos candidatos à presidência com os principais partidos.

Considerando que as negociações feitas por Hugo Motta sejam cumpridas, a expectativa é que as demais posições da Mesa Diretora sejam: Hugo Motta na presidência, Altineu Côrtes (PL-RJ) na 1ª vice-presidência, Lula da Fonte (PP-PE) na 2ª vice-presidência, e Carlos Veras (PT-PE) na 1ª Secretaria. As 2ª, 3ª e 4ª Secretarias ainda não foram definidas, mas ao menos uma delas deve ser ocupada por um parlamentar do PSD.
Porém no Senado há um embate entre demais posições. O atual vice-presidente da Casa, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), teve um desentendimento com demais colegas de partido e chegou a sair do grupo de Whatsapp de senadores do MDB. As informações são do UOL. A reportagem tentou entrar em contato com o senador para saber a motivação, mas não obteve respostas.

A expectativa do MDB é assumir o comando de três comissões, dentre elas, a Comissão de Infraestrutura – que atualmente é presidida pelo senador do MDB Confúcio Moura (RO).

Dentre as negociações buscando apoio dos partidos, havia a especulação de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) assuma a presidência da Comissão de Segurança Pública do Senado. Porém, questionado pelo Correio da Manhã, a assessoria do parlamentar informou que ainda não há certeza do nome do senador para assumir a comissão.

“Além de avançar no Senado em algumas pautas que julgamos importantes para o Brasil, o apoio da bancada do PL a Davi Alcolumbre engloba a presidência de duas comissões importantes e lugar na Mesa Diretora. As comissões que vamos pedir ainda serão definidas dentro da bancada do PL”, disse Flávio Bolsonaro, por meio de nota.