Nesta quinta-feira (6) os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Carlos Fávaro (Agricultura), o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, além de outros representantes da equipe econômica do governo federal, se encontram para tratar de medidas que reduzam os preços dos alimentos. O encontro está marcado para as 16h e será coordenador pelo vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), no Palácio do Planalto. Ainda não foi confirmada a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A proposta do primeiro encontro pós-carnaval é que o vice-presidente avalie as propostas que foram apresentadas na semana anterior por setores da área, como produtores rurais e supermercados, para reduzir os valores dos alimentos. Após a análise técnica do Ministério da Indústria e demais representantes, ocorrerá outra reunião com o presidente Lula e sua equipe nos próximos dias para definir quais medidas podem ser adotadas para conter a alta dos preços.
O aumento no preço dos alimentos é um dos principais motivos na queda da popularidade do governo Lula 3, que registrou rejeição histórica. Visando as eleições presidenciais de 2026, o poder Executivo tem pressa para tentar reduzir os valores de produtos nos supermercados o quanto antes.
Dados
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de alimentos em domicílio registrou 8,23% em 2024. A elevação dos preços foi um dos motivos da inflação, registrada em 4,83% em 20203, ter ficado acima da meta do Banco Central (BC), que estava em 3% com limite de 4,5%.
Apesar disso, a equipe do governo federal está na expectativa da redução dos preços dos alimentos nas próximas semanas. Isso porque, a partir de março, ocorrerá a colheita da nova safra agrícola, o que deve resultar em uma queda sustentável no preço dos alimentos. A expectativa para 2025 é positiva, com a possibilidade de safra recorde no Plano Safra e a queda do dólar.
De acordo com o terceiro Prognóstico para a Produção Agrícola, divulgado pelo IBGE em janeiro, a safra deve ser de 322,6 milhões de toneladas (o equivalente a um aumento de 10,2% em comparação ao desempenho de 2024, que registrou 29,9 milhões).
Medidas
Em conversas com a imprensa, o governo adiantou que não haverá nenhuma bala de prata para resolver a questão. Dentre as alternativas propostas, avalia reduzir o custo do crédito para a produção de itens da cesta básica dentro do novo Plano Safra, que será anunciado em julho deste ano. Além disso, o Executivo também estuda a possibilidade de diminuir o imposto de importação sobre alimentos que são mais caros no Brasil do que no exterior.
Em conversas com o governo, representantes do setor rural se posicionaram contra a ideia de estabelecer cotas de exportação para produtos como carne e soja, alegando que a medida prejudicaria a balança comercial e contribuiria para pressionar ainda mais o valor do dólar no mercado financeiro. Cotas de exportação são quando se impõem um limite no volume máximo de exportações permitidas de um determinado produto. Nos bastidores, a equipe econômica do governo disse que a possibilidade foi descartada.
O governo agora analisa quais medidas são viáveis e podem trazer impacto imediato no custo dos alimentos. A expectativa é que, após a reunião desta quinta-feira, sejam definidos os próximos passos para mitigar o problema e apresentar respostas à população.