Por: Karoline Cavalcante

Fuad Noman: Aos 77 anos, morre o prefeito de Belo Horizonte

Fuad estava internado desde o dia 3 de janeiro | Foto: Rodrigo Clemente/PBH

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), faleceu aos 77 anos na manhã desta quarta-feira (26), após complicações de saúde. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Mater Dei, na capital mineira, desde o dia 3 de janeiro, quando apresentou um quadro de insuficiência respiratória aguda, dois dias após tomar posse no cargo de chefe do Executivo municipal. O velório acontecerá no saguão da prefeitura da cidade nesta quinta-feira (27), de 13h às 16h, com cerimônia aberta ao público.

Segundo o último boletim médico, a causa da morte foi devido a complicações de um linfoma não-Hodgkin (LNH), um tipo de câncer originado nas células do sistema linfático, responsável pela defesa contra infecções e doenças. Fuad Noman foi diagnosticado com a doença em junho de 2024 e vinha realizando o tratamento desde então.

Na noite de terça-feira (25), por volta das 22h, o prefeito sofreu uma parada cardiorrespiratória e precisou ser reanimado. No entanto, seu quadro evoluiu para um choque cardiogênico, condição em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para o corpo. Ele necessitou de doses elevadas de medicamentos vasoativos e inotrópicos, e sua respiração foi controlada por aparelhos. De acordo com a equipe médica, o estado de saúde era bastante grave.

Homenagens

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte destacou que Fuad Noman era reconhecido por seu trato gentil, sua capacidade de escuta e seu amor por Belo Horizonte. "Um homem público íntegro, cuja história se confunde com o desenvolvimento da nossa cidade", afirmou a nota.

"Neste momento de dor, nos solidarizamos com os familiares, amigos e todos os cidadãos belo-horizontinos que perdem não apenas um líder, mas um exemplo de ser humano. A cidade se despede com gratidão e reverência", conclui a mensagem.

A família também prestou uma homenagem, por meio de um texto assinado pela esposa, Mônica Drummond; pelos filhos, Gustavo e Paulo; pelas noras, Cláudia e Fabiana; e pelos netos, João Pedro, Mateus, Isabela e Rafael. "Para nós, você sempre será muito mais do que o homem que tanto se dedicou ao trabalho e à vida pública. Conosco, permanece o marido carinhoso e companheiro, sempre orgulhoso da família que construiu; o pai amoroso, que amava uma pescaria e nos ensinou o valor da honestidade, do respeito e da perseverança; o sogro que sempre apoiou e ajudou em todas as situações; o avô afetuoso, que iluminou os netos com seu exemplo, suas boas histórias e seus abraços. Te amaremos para sempre!", diz a publicação.

Fuad Noman

Nascido em 30 de junho de 1947 em Belo Horizonte, Fuad Jorge Noman Filho era economista, com pós-graduação em Programação Econômica e Execução Orçamentária. Além de escritor, foi autor de três livros: O Amargo e o Doce (2017), Cobiça (2020) e Marcas do Passado (2022).

Ingressou no serviço público como funcionário de carreira do Banco Central do Brasil e também trabalhou no Tesouro Nacional. Atuou em importantes cargos no governo federal, como secretário-executivo da Casa Civil no governo de Fernando Henrique Cardoso, diretor do Banco do Brasil, presidente da BrasilPrev e consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI). Fuad chegou a participar do desenvolvimento do Plano Real na década de 90.

Durante o primeiro mandato de Aécio Neves como governador de Minas Gerais, Fuad Noman foi Secretário de Estado da Fazenda e, no segundo mandato de Neves, assumiu a Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas. Foi prefeito de BH, após Alexandre de Kalil, de quem era vice, renunciar ao cargo em 2022. Em 2024, foi eleito o prefeito mais velho da capital, porém, desde novembro do ano passado, passou por quatro internações decorrentes do câncer.