Logo após a Pesquisa AtlasIntel apresentar um levantamento, em conjunto com a Bloomberg, que apresentava que a desaprovação do governo federal se mantinha estável, a Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (2), retomou a maré negativa. O levantamento da Quaest aponta uma considerável piora na popularidade do governo. Segundo o levantamento, 56% da população desaprova o governo federal e 41% aprova. Esta é a primeira vez que o governo apresenta uma desaprovação maior do que 50% na pesquisa desde o inicio do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Do total de entrevistados, 53% avaliam que o governo Lula 3 é pior do que os dois mandatos anteriores, enquanto 23% avaliam que o mandato está igual aos anteriores e 20% acreditam que está melhor em comparação a 2003 e 2011. Já em comparação ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, 43% avaliam que o governo de Lula é pior do que a gestão Bolsonaro, 39% acreditam que o governo é melhor e 15% avaliam que ambas as gestões estão iguais. Além disso, 56% consideram que o Brasil está indo para a direção errada, 36% acham que o país está indo na direção correta e 8% não souberam responder.
Quando se trata da avaliação da pessoa do presidente Lula, a situação encontra-se dividida. Isso porque 47% dos entrevistados consideram que o presidente não é bem-intencionado, enquanto 44% acreditam que ele seja bem-intencionado na condução de seu governo. Porém, é quase unânime que ele não tem conseguido cumprir com suas promessas de campanha (71%). Apenas 24% da população acreditam que ele vem cumprindo o que prometeu quando concorreu à cadeira da Presidência e 5% não soube responder.
Violência
Outro dado que chamou atenção no levantamento diz respeito às preocupações dos brasileiros. Desde o início do mandato de Lula a principal preocupação da população era referente à economia. Contudo, ela agora está em terceiro lugar nas principais preocupações dos brasileiros (19%), ficando atrás das preocupações com violência (29%) e questões sociais (23%). Demais preocupações registradas pelos entrevistados são saúde (12%), corrupção (10%) e educação (7%).
A pesquisa ouviu 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais, entre os dias 27 a 31 de março. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança do levantamento é de 95%. A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas face a face por mieo de aplicação de questionários estruturados.
Balanço
Apesar da avaliação predominantemente negativa quanto ao governo, 81% dos entrevistados avaliam que o presidente da República deve fazer um governo diferente nos próximos dois anos de mandato. Essa noção geral da população de que o governo deve agir de maneira diferente pode ser a oportunidade para o governo conseguir se recuperar.
Nesta quinta-feira (3), o presidente Lula participará do evento “O Brasil dando a Volta por Cima”, que visa dar transparência às entregas do governo federal nos dois primeiros anos de mandato. O encontro acontecerá a partir das 10h no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Além do presidente, a expectativa é que compareçam ministros do governo, aliados e membros da sociedade civil.
O evento é organizado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), pasta que vem sendo criticada por não atuar suficientemente para divulgar os feitos do governo. Esses eventos organizados pelo ministro Sidônio Palmeira, que assumiu a Secom no começo do ano, visam reverter a falta da comunicação institucional. Segundo a pesquisa Quaest, 47% vêem mais notícias negativas do governo federal, 26% não têm visto notícias do governo e 23% vêem notícias mais positivas do governo Lula. O principal meio de comunicação que as pessoas se informam sobre o governo é a televisão (44%), seguido de redes sociais (34%) e sites, blogs e portais de notícias (10%).
Dentre os destaques do evento desta quinta-feira, deve ser mencionado o crescimento da taxa de emprego, o Brasil ter voltado ao top 10 das economias do mundo, o programa Pé-de-Meia, ampliação do programa Fármacia Popular e Mais Médicos, o Concurso Nacional Unificado (CNU), o aumento da isenção do imposto de renda, queda no desmatamento da Amazônia, dentre outros.