Por: Karoline Cavalcante

Lula tem queda, mas permanece como favorito para 2026

Bolsonaro empataria com Lula, mas está inelegível | Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Mesmo enfrentando desafios em termos de popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua à frente de seus possíveis oponentes em cenários de segundo turno para as eleições presidenciais de 2026. A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (3), aponta que o petista ainda lidera as intenções de voto, com destaque para uma disputa mais acirrada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem aparece tecnicamente empatado. Os dois, inclusive, apresentam o mesmo índice de rejeição: 55%.

Na pesquisa estimulada, quando são apresentadas as opções de candidatos aos entrevistados, Lula obteve 44% das intenções de voto, contra 40% de Bolsonaro. Essa diferença, no entanto, está dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, o que configura um empate técnico. Vale ressaltar, contudo, que Bolsonaro está inelegível até 2030, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que o exclui, pelo menos no momento, da corrida presidencial de 2026.

Com a ausência de Bolsonaro, o levantamento também procurou identificar possíveis alternativas da oposição para o pleito de 2026. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) é apontado como o candidato de maior destaque, com 15% das escolhas. Em seguida, aparece a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL), com 14%. O influenciador Pablo Marçal (PRTB) e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), aparecem em terceiro lugar com 11% e 9%, respectivamente.

Lula lidera

A Quaest testou sete cenários diferentes de disputa no segundo turno. Neles, para além de Bolsonaro, Lula se mantém à frente em todos os casos. Contra Michelle Bolsonaro, o petista lidera com 44%, enquanto Michelle soma 38%. Com Tarcísio de Freitas, Lula alcança 43%, contra 37% do governador paulista. Já contra Ratinho Júnior, Lula registra 42%, enquanto o governador do Paraná tem 35%. No confronto com Pablo Marçal, Lula obtém 44%, enquanto o influenciador tem 35%. Quando comparado ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), a vantagem de Lula é de 45% contra 34%. Na disputa com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), Lula aparece com 43%, contra 31% de Zema.

Por fim, no embate contra o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), Lula segue à frente com 44%, enquanto Caiado alcança 30%. O governador goiano anunciou que oficializará sua pré-candidatura à Presidência da República nesta sexta-feira (4), durante um ato político em Salvador (BA). Embora outros nomes já tenham manifestado interesse em disputar a eleição, Caiado será o primeiro a dar o passo oficial para lançar sua candidatura.

Desconhecimento

Felipe Nunes, diretor da Quaest e cientista político, analisa que a oposição ainda não conseguiu transformar a insatisfação com o governo em votos favoráveis aos seus candidatos. “Nas simulações de segundo turno contra qualquer candidato, há entre 14% e 18% que desaprovam o governo, mas comparando com outro candidato, ainda preferem Lula. E há entre 17% e 32%, dependendo da simulação, que preferem não votar em ninguém. Ou seja, nem toda desaprovação ao governo se transforma em voto em algum adversário, acaba virando alienação eleitoral”, afirma Nunes.

Além disso, observou que o alto desconhecimento por parte da população aos candidatos para representar o campo da direita, especialmente os governadores, é um fator que têm favorecido Lula nos resultados. “Tarcísio, por exemplo, continua desconhecido por 42% dos eleitores; Ratinho é desconhecido por 51%; Zema por 61% e Caiado por 63%”, explicou. “Mas esse patamar de desconhecimento revela outro fenômeno eleitoral importante: o piso de qualquer candidato de oposição contra o PT é de 30%. Por isso mesmo os candidatos desconhecidos por 60% tem pelo menos 30% em um eventual 2º turno contra Lula”, pontuou o diretor do instituto.

A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 31 de março de 2025, com uma amostra de 2.004 entrevistados. O nível de confiabilidade do levantamento é de 95%, com margem de erro de dois pontos percentuais. O estudo foi encomendado pela Genial Investimentos.