Por: Karoline Cavalcante

Lula confirma Pedro Lucas nas Comunicações

Pedro Lucas será oficializado ministro depois do feriado | Foto: Ksyo Magalhães/Câmara dos Deputados

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou nesta quinta-feira (10) a indicação do deputado Pedro Lucas Fernandes (União-MA) para assumir o comando do Ministério das Comunicações, em substituição a Juscelino Filho. A troca ocorre após a saída do antigo ministro, que pediu demissão na última terça-feira (1º) após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto desvio de recursos de emendas parlamentares.

A confirmação foi feita à imprensa pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Ela falou com jornalistas no Palácio da Alvorada, após uma reunião convocada por Lula, que contou também com a presença do ministro da Casa Civil, Rui Costa, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do futuro ministro, entre outros.

Pedro Lucas é o atual líder da bancada do União Brasil na Câmara dos Deputados. Segundo Gleisi, ele foi indicado pelo partido e teve o nome aceito por Lula, que fez o convite formal. No entanto, a nomeação será oficializada apenas na semana do dia 21 de maio, após a Páscoa e o feriado de Tiradentes. A pedido do parlamentar, o prazo permitirá que ele organize questões pessoais, como a licença do mandato e a escolha de uma nova liderança para a sigla na Câmara. Até lá, a secretária-executiva do Ministério das Comunicações, Sônia Faustino Mendes, assumirá o cargo de forma interina.

“O União apresentou o nome do Pedro Lucas. O presidente aceitou e fez o convite ao líder para assumir. O Pedro Lucas só pediu até depois da Páscoa para assumir o ministério, para encaminhar questões pessoais, de mandato e de liderança”, explicou a ministra.

Já era esperado

Na quarta-feira (9), após participar da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Tegucigalpa, capital de Honduras, Lula já havia sinalizado que indicaria Pedro Lucas. Na ocasião, afirmou que a renúncia de Juscelino Filho representava uma atitude responsável, ao se afastar do cargo para provar sua inocência sem prejudicar os trabalhos do governo.

“O União Brasil tem o direito de me indicar um sucessor para o Juscelino, que é do União Brasil. Eu já tenho o nome, eu conheço o Pedro Lucas. Vou voltar para o Brasil amanhã de manhã, vou conversar com o União Brasil e, se for o caso, já discuto a nomeação dele. Vou convocar o presidente do Senado, [Davi] Alcolumbre, e alguns dirigentes do União Brasil, e vamos conversar”, disse o presidente.

Recentemente, Pedro Lucas integrou a comitiva liderada por Lula em uma viagem de prospecção comercial ao Japão e ao Vietnã. Durante a missão, que visava fortalecer os laços diplomáticos e econômicos com os dois países asiáticos, o deputado participou de diversas reuniões com o presidente.

Perfil do novo ministro

Pedro Lucas tem 45 anos, é formado em Administração de Empresas, com especialização em Planejamento Governamental, e cumpre atualmente seu segundo mandato como deputado federal. Iniciou a carreira política como vereador de São Luís (MA), cidade onde nasceu, exercendo o cargo por dois mandatos consecutivos (2012–2019), então filiado ao PTB. Em 2017, foi nomeado presidente da Agência Executiva Metropolitana (AGEM), órgão responsável por obras e melhorias na infraestrutura da Região Metropolitana da Grande São Luís.

Juscelino

Juscelino Filho, que deixa o ministério, é deputado federal pelo União Brasil do Maranhão. Assim, ao deixar a pasta, ele votará para a Câmara dos Deputados.

O ministro foi investigado pela Polícia Federal por corrupção e desvio de verbas orçamentárias. Segundo as investigações, antes de ser ministro, como deputado, Juscelino integraria um esquema que desviou os recursos de emendas que ele mesmo destinou para o município de Vitorino Freira, cuja prefeita era sua irmã, Luanna Rezende, também do União Brasil. Juscelino nega as acusações. Mas a Procuradoria-Geral da República aceitou as acusações e denunciou o agora deputado. A denúncia ainda será analisada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Se for aceita, Juscelino Filho passará a ser réu numa ação penal.