Internado no Hospital DF Star desde sábado (12), o ex--presidente Jair Bolsonaro passou por uma cirurgia que durou mais de 11 horas. A intervenção aconteceu para retirar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal - consequências ainda da facada de 2018.
Ao término do procedimento, na noite de domingo (13), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou em suas redes sociais “cirurgia concluída com sucesso! A Deus, toda honra e toda glória!”, informou. Em seguida, ela também compartilhou a nota de esclarecimento com o boletim médico, informando que, no decorrer do processo, não houve intercorrências e nem a necessidade de transfusão de sangue.
Desde então, Bolsonaro está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para suporte clínico e prevenção de infecções.
O ex-presidente passou mal ainda na sexta-feira (11), pouco antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) publicar a decisão oficial que o torna réu. Na ocasião, ele teve que ser hospitalizado às pressas no Rio Grande do Norte.
De acordo com o partido Liberal (PL), na noite de quinta-feira (10), o ex-presidente estava em Natal (RN) cumprindo agenda e teve que interromper seus compromissos devido a fortes dores abdominais
Decisão
O STF publicou, na sexta--feira (11), a decisão da Primeira Turma da Corte que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros setes indiciados réus por tentativa de golpe de Estado. O acórdão detalha, em 500 páginas, tudo o que foi julgado nas três sessões sobre o caso. No mesmo dia, a Suprema Corte abriu a ação penal contra os réus, que compõem o que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, classificou como o “núcleo crucial” do inquérito.
A decisão marca o início da instrução processual, que é a fase na qual os advogados dos respectivos acusados poderão indicar testemunhas e pedir a produção de novas provas para comprovar as teses de defesa. O ministro-relator do caso, Alexandre de Moraes, concedeu o prazo de cinco dias, a partir desta sexta-feira, para os advogados dos réus apresentarem a defesa prévia.
Com a abertura do processo criminal, os acusados passam a responder pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. A soma das penas para os crimes passam os 30 anos de prisão.
O julgamento do núcleo dois da trama está agendado para os dias 22 e 23 de abril. Serão julgados: o ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro Filipe Martins; o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques; o ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara; o general do Exército Mário Fernandes; a ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal Marília de Alencar; e o ex-secretário adjunto de Segurança do DF Fernando de Sousa Oliveira. Todos eles são acusados de organizarem ações para “sustentar a permanência ilegítima” de Jair Bolsonaro no poder, em 2022.
Histórico de saúde
Segundo a equipe médica, a tomografia realizada apontou sinais de suboclusão intestinal, que é uma obstrução parcial ou incompleta do intestino. Essa obstrução dificulta, mas não impede completamente, a passagem de gases e fezes. Bolsonaro deu entrada em um hospital na cidade de Santa Cruz, mas teve que ser encaminhado para outra unidade hospitalar em Natal. Ele foi transferido por um helicóptero cedido pela governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT).
Transferência
No sábado, Bolsonaro foi transferido do hospital em Natal para Brasília. O ex-presidente viajou em um jato UTI Móvel até Brasília, no Hospital DF Star. Naquele mesmo dia, por meio de suas redes sociais, Jair Bolsonaro publicou uma foto no hospital informando seus seguidores sobre o ocorrido e sobre seu estado de saúde e o atendimento prestado.