Por: Gabriela Gallo

Após cirurgia, Bolsonaro segue em recuperação sem complicações

Bolsonaro segue na UTI, com quadro estável | Foto: Divulgação/Fabio Wajngarten

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília (DF). De acordo com o último boletim médico da equipe que acompanha o caso, divulgado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na noite desta segunda-feira (14), Jair Bolsonaro está em acompanhamento pós-operatório de cirurgia de lise de extensas bridas e reconstrução de parede abdominal. Neste domingo (13), o ex-presidente realizou uma cirurgia de mais de 12 horas para retirar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal, devido a consequências da facada em 2018.

“Apresenta-se com boa evolução clínica, mantendo-se acordado, orientado, sem dor, sangramentos ou outras intercorrências. No decorrer do dia, sentou-se no leito e iniciou deambulação assistida, sem previsão de alta da unidade de terapia intensiva”, afirmou o Hospital DF Star em nota. “Deambulação assistida” é a capacidade de andar sozinho, auxiliado por outros.

Atualmente, o ex-presidente está se alimentando por via intravenosa, está acordado e consciente. Ainda não há previsão de o ex-presidente receber alta, mas os médicos estimam que a recuperação seja lenta e ele permaneça ao menos mais duas semanas internado no hospital e de dois a três meses de recuperação no pós-operatório.

Na última sexta-feira (11), Jair Bolsonaro teve que ser internado às pressas após passar mal durante agenda no Rio Grande do Norte, quando sofreu fortes dores abdominais. A tomografia realizada pela equipe médica apontou sinais de suboclusão intestinal, uma obstrução parcial ou incompleta do intestino que dificulta, mas não impede completamente, a passagem de gases e fezes.

No domingo, a equipe médica realizou uma cirurgia chamada “laparotomia exploradora”, um procedimento que consiste no corte do abdome para examinar os órgãos internos. No caso de Bolsonaro, houve o diagnóstico de retenção do trânsito do intestino. Com isso, o objetivo foi desfazer as “aderências” que bloquearam a digestão do paciente, e depois a reconstrução da parede abdominal, feita para reforçar a musculatura.

Troca

Desde que sofreu o atentado da facada em 2018, Bolsonaro já foi submetido a sete cirurgias, contando com a de domingo. Destas, cinco foram realizadas pelo cirurgião gastrointestinal Antônio Luiz Macedo, que acompanhava o ex-presidente desde o atentado em 2018. Para ser atendido pelo médico, Bolsonaro teria que ser transferido do Rio Grande do Norte para São Paulo, e não para Brasília.

Contudo, neste último procedimento, quem foi o médico chefe da equipe cirúrgica foi Cláudio Birolini, que é diretor do Serviço de Cirurgia Eletiva do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O pedido da troca teria vindo da própria ex-primeira-dama e do filho mais velho de Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Nos bastidores, Michelle Bolsonaro alegou que não tem problemas pessoais com Macedo, mas optou por seguir com o tratamento com um outro profissional que, segundo o próprio Antônio Macedo em entrevista à CNN Brasil, é amigo de Michelle. Macedo foi responsável pelas cirurgias da deputada federal Amália Barros (PL-MT), amiga da ex-primeira-dama que morreu em maio de 2024 durante uma cirurgia de retirada de um nódulo no pâncreas.