Por: Gabriela Gallo

Bolsonaro tem "boa evolução clínica", mas ainda sem data de alta

Bolsonaro está internado há uma semana em Brasília | Foto: Redes Sociais/Jair Bolsonaro

Internado há sete dias devido a problemas de saúde em decorrência da facada que levou em 2018, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, em acompanhamento pós-operatório. De acordo com o último boletim médico da equipe que acompanha o caso do ex-presidente divulgado nesta segunda-feira (21), ele apresenta uma "boa evolução clínica, sem febre e pressão arterial controlada". Ainda não há previsão de alta médica e ele segue sem receber visitas que não sejam de familiares, por orientação médica.

Por meio de suas redes sociais, onde a equipe de comunicação de Bolsonaro vem divulgando as atualizações de seu quadro clínico, nesta segunda-feira ele divulgou um vídeo realizando uma ultrassonografia de abdômen e atualizou sobre seu quadro clínico.

“Os drenos do abdômen foram retirados e o curativo da incisão cirúrgica foi trocado, apresentando melhorias significativas. Permaneço em jejum oral, recebendo apenas nutrição parenteral exclusiva. A fisioterapia motora está sendo intensificada, assim como outras medidas de reabilitação. Sigo sem previsão de alta da UTI e, por recomendação médica, ainda não estou autorizado a receber visitas. Agradeço o carinho e a compreensão de todos neste momento”, escreveu Bolsonaro.

Jejum

Também nesta segunda-feira se deu início a um movimento de apoiadores religiosos do ex-presidente a realizarem jejum e orações pela saúde de Bolsonaro. A ideia é estender o sacríficio durante uma semana, até a próxima segunda-feira (28). O movimento foi organizado e divulgado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no domingo de Páscoa (20).

“Convoquem seus líderes, familiares e amigos. Serão sete dias de clamor”, manifestou a ex-primeira-dama em suas redes sociais.

Na publicação, lideranças e aliados políticos do ex-presidente manifestaram apoio ao movimento e declararam que irão participar, como o líder da bancada do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ).

Entenda

No dia 13 de abril, Bolsonaro realizou uma cirurgia de “laparotomia exploradora”, um procedimento que consiste no corte do abdome para examinar os órgãos internos que, no caso dele, houve o diagnóstico de retenção do trânsito do intestino.O procedimento cirúrgico durou mais de 12 horas.Ou seja, foram desfeitas as “aderências” que bloquearam a digestão do paciente, e depois a reconstrução da parede abdominal para reforçar a musculatura.

Na noite do dia 10 de abril, Jair Bolsonaro teve que ser internado às pressas no Rio Grande do Norte após sentir fortes dores abdominais. A tomografia indicou sinais de suboclusão intestinal, uma obstrução parcial ou incompleta do intestino que dificulta, mas não impede completamente, a passagem de gases e fezes. Desde que sofreu o atentado da facada por Adélio Bispo, enquanto realizava campanha presidencial em 2018, Bolsonaro já foi submetido a sete cirurgias, contando com a do dia 13.

Ele foi hospitalizado na véspera do dia em que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) oficialmente tornou-o réu por tentativa de golpe de Estado. Além do ex-presidente, outros sete indiciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) também viraram réus, acusados dos mesmos crimes.