Artista polêmico e camaleônico, Caetano Veloso é uma das mais complexas personalidades da cultura brasileira. Presente em praticamente todas as discussões que envolvem o contexto sociopolítico e cultural do país, o cantor e compositor chega aos oitenta anos produzindo e participando ativamente do debate nacional, conectado com o que há de mais atual e vanguardista no cenário brasileiro.
O arquiteto, ensaísta, compositor Guilherme Wisnik analisa, sob um viés atento, as obras do músico lançadas até hoje em seu livro "Lançar Mundos no Mundo: Caetano Veloso e o Brasil" (Ed. Fósforo). Trata-se de um perfil biográfico e intelectual do artista entrelaçado ao estudo aprofundado dos aspectos que envolvem todos os discos, dos momentos históricos em que estão inseridos, das relações de Caetano com outros músicos nacionais e estrangeiros.
"Do exílio na ditadura militar às querelas envolvendo a lei Rouanet no atual governo, Caetano sempre se fez ouvir tanto por meio de sua música quanto por sua opinião. E em todos os momentos foi polêmico, assertivo e contraditório: tudo o que se espera de um artista plural", destaca o autor, filho do cantor, compositor e professor José Miguel Winsnik.
O livro apresenta um vaivém no tempo, formalizando o que faz o artista na vida, ao adequar suas convicções, sem se apegar a modismos. "Este livro é uma homenagem à existência dessa figura que se confunde com o Brasil e retrata as contradições que fazem dele vários mundos em um mundo", reforça Guilherme Wisnik.
