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Tempestade à holandesa nas HQs

Por Rodrigo Fonseca

Especial para o Correio da Manhã

Sortida de BDs (banda desenhada, termo para os álbuns quadrinizados franceses), de missões do Wolverine no universo Marvel e de patrulhas noturnas de Batman nas revistinhas da DC, a livraria Blunder Strips, em Utrecht, cidade holandesa localizada a uns 20 minutos de trem de Amsterdã, dá espaço nobre a uma prata gráfica de sua pátria: "Storm". Criada na Holanda em 1977, quando tornou-se célebre pelo mundo afora (inclusive no Brasil, via ed. Abril, nos anos 1990) pelo traço exuberante do inglês Don Lawrence, a série de gibis narra s aventuras de um astronauta que se perde numa realidade "retrofuturista". O mundo paralelo no qual ia parar é uma mistura de "A Espada Selvagem de Conan" com "Star Wars", misturando tecnologia com magia e batalhas de espada dignas de um bom episódio de "Game of Thrones". E, por lá, ele esbarrava com a aguerrida Roodhaar, a Ruiva, mais tarde chamada de Ember. Ela e seu amado egressos das estrelas aparecem vendado na capa da luxuosa compilação em português feita pelo mercado editorial brasileiro, via Tundra. O melhor do desenho de Lawrence nos anos 1970 está no https://editoratundra.com.br/produto/storm-integral-volume-1/ . E, na terra natal do personagem, escrito por bambas do roteiro como Martin Lodewijk, Dick Matena, Kelvin Gosnell, Philip "Saul" Dunn e Vince Wernham, segue atraindo olhares.

"Já ouvi falar da popularidade de 'Storm' no Brasil, e ele segue popular aqui, embora menos do que nos tempos de Don Lawrence. Virou clássico. E hoje é feito inteiramente aqui. Martin Lodewijk, se autor, é de Roterdã", diz Matthijs Klaassen, o atendente da Blunder Strips, citando "Dagen van Zand", de Aimée de Johngh, como um dos principais quadrinhos da Holanda hoje, ao lado de "Dirkjan" e "Franka".

Apesar de valorizar, e muito, sua própria HQ, a Holanda valoriza, e muito, os gibis que chegam da Itália, chamados de fumetti. "K-11" é um deles. Em meio às reações contra Vladimir Putin que se espalham pela Europa em reação à violência da Rússia contra as populações ucranianas, a Sergio Bonelli Editore, de Milão, mobiliza quiosques com uma série de HQs chamada escrita por Matteo Casali, com desenhos de Davide Gianfelice. Seu enredo recria a União Soviética dos anos 1940, a partir da saga de um jovem soldado submetido a uma bateria de experiências científicas em meio à corrida atômica anterior à bomba de Hiroshima.

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