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'Não sei quando, mas vai haver'

Por Leonardo Volpato (Folhapress)

Se dependesse da vontade de Mauricio de Sousa já existiria um personagem LGBTQIA nos quadrinhos da Turma da Mônica. É o que afirma o cartunista de 87 anos, que, no entanto, prefere a cautela antes de dar esse passo, pois "parte da sociedade talvez reaja de maneira agressiva".

O criador do grupo de amigos do bairro do Limoeiro diz que procura seguir os avanços e os comportamentos do mundo em que vivemos para nortear seu trabalho. Em suas historinhas, com mais de seis décadas de existência, a inclusão já está presente em personagens cegos, surdos, negros e cadeirantes, por exemplo.

Ele evita, porém, definir um prazo para a inclusão de um personagem gay. "Não sei quando, mas vai haver. Estamos estudando o caso, as consequências. É natural que tenhamos", avalia. "Estou aprendendo com o Mauro [Sousa, filho, assumidamente gay] até onde podemos ir para não haver represálias", reforça.

Segundo Mauro, que inspirou o personagem Nimbus e hoje trabalha como diretor da Mauricio de Sousa Produções, as conversas a respeito do assunto acontecem diariamente na empresa. Ele lembra da graphic novel "Tina Respeito", que conta com uma personagem lésbica, e garante que "tudo é possível" nos próximos anos.

"É uma preocupação de todos. Entendemos que isso é importante para termos nos projetos e o universo LGBT não está fora, assim como nenhum grupo minoritário. Estamos constantemente falando disso, apesar dos comentários que aparecem - de tudo o que é tipo", diz.

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