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Quadrinho que rouba a cena

Diabolik | Foto: Fotos/Divulgação

Por Rodrigo Fonseca

Especial para o Correio da Manhã

Envolvida pelas centenas de filmes do Festival de Locarno, a Suíça clama por espaço para um longa-metragem baseado num personagem de HQs que, em suas livrarias e seus quiosques, é mais popular do que o Homem-Aranha: Diabolik.

Em 2022, o circuito italiano conferiu um longa baseado nesse vilão (por vezes, anti-herói), apoiado no carisma do ator Luca Marinelli (de "Martin Eden"). No Brasil, ele segue inédito, mas em telas do Velho Mundo, o longa arrebatou pagantes das mais variadas línguas. Criado em 1962 pelas irmãs Giussani, Angela (1922 - 1987) e Luciana (1928 - 2001), ambas de Milão, o mascarado é um ladrão e assassino que usa as mais criativas técnicas para roubar dos ricos (em especial, criminosos) e dar a... seus bolsos.

Celebrizado nos cinemas, em 1968, em filme de Mario Bava (1914-1980), com John Phillip Law (1937-2008), Diabolik retorna agora às telonas sob a direção dos irmãos Antonio e Marco Manetti. O longa é regado de adrenalina.

Seu fã-clube é imenso. O quadrinho já vendeu em torno de 150 milhões de cópias pelo mundo. No Brasil, os leitores das Giussani e do rol de roteiristas e desenhistas que elas mobilizaram da década de 1960 até hoje podem esperar uma nova coletânea do ladino publicadas pela Editora 85. A editora publicou em português tijolaços sobre a ave de rapina das Giussani, cuja base de operações é a cidade fictícia de Clerville, inspirada em Genebra, na Suíça, onde seus gibis são vendidos em mercados. Diabolik teve suas feições, escondidas sob um capuz negro, decalcadas do ator Robert Taylor (1911-1969), astro da velha Hollywood que o escalou para épicos como "Quo Vadis" (1951). Nas histórias em quadrinhos, o nome do larápio nunca foi revelado. Ele usa seus dons em furtividade, seu domínio sobre múltiplas línguas e sua invejável destreza com facas para lucrar, correndo o mundo com a ajuda de sua parceira e amante Eva Kant. A atriz siciliana Miriam Leone vai interpretá-la no longa dos Irmãos Manetti, que escalaram Valerio Mastandrea para interpretar o inspetor Ginko, algoz de Diabolik. Ninguém sabe ao certo que tramas dos gibis alimentaram o roteiro do filme, mas seus primeiros reclames sugerem muita brutalidade e sangue, evocando a tradição italiaba dos giallo, thrillers de suspense ou de terror centrados em assassinos com lâminas afiadas.

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