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Zum de Besouro nos gibis e nas telas

O Besouro Azul surgiu em 1939 e nos anos 2000 o personagem ganhou uma identidade latina | Foto: Divulgação

Por Rodrigo Fonseca

Especial para o Correio da Manhã

Bruna Marquezine tem sido o principal motor da cobertura midiática de "Besouro Azul" por abrir espaço para um talento brasileiro no exterior, ao mesmo tempo em que no México, em Cuba e no Equador a click bait do longa-metragem é Xolo Maridueña, cujos ancestrais vieram desses três países. Contudo, no mercado editorial, o motor que impulsiona o filme dirigido por Angel Manuel Soto é a movimentação que ele vem gerando no mercado editorial em torno do vigilante mascarado do qual se deriva.

O herói surgiu em 1939, nas páginas da revista "Mistery Men Comics". Originalmente, seu nome era Dan Garrett, sujeito que ganhava super poderes de um escaravelho sagrado. Depois, nos anos 1980, a identidade secreta mudou para Ted Kord, um invento capaz de inventar uma nave com aspecto de inseto. Por fim, nos anos 2000, num empenho de integrar a comunidade latina, a DC Comics, editora detentora dos direitos da marca azulada, resolveu apresentar um novo guerreiro para encantar seu público leitor: Jaime Reyes. É um jovem que, em contato com um artefato em forma de besouro desenvolve uma armadura especial, repleta de armas e energia, e resolve emprega-la no combate o crime. A Panini, que publica as revistinhas da DC por aqui, está deitando e rolando nesse lançamento.

Já está à venda no www.panini.com.br o especial "Besouro Azul: Dia Da Formatura". No gibi, Jaime Reyes está lidando com muita coisa ao mesmo tempo. Quer sejam as provas finais do último ano ou um novo vilão destruindo El Paso, Jaime está sempre dividido entre dois mundos. Mas quando um desses seus mundos se choca na formatura do ensino médio, nada mais será o mesmo. Jaime lida com uma invasão à Terra, enquanto os pais e amigos dele o pressionam sobre seus próximos passos na vida. Conseguirá Jaime encontrar equilíbrio em sua vida e se tornar um verdadeiro herói, ou será este o fim do Besouro Azul? Quem responde essa questão é o artista gráfico Josh Trujillo, que esculpe a dramaturgia da HQ.

Tem uma esquadra de artistas - Cully Hamner, Dan Jurgens, Kevin Maguire, Ryan Sook - por trás de um outro título do personagem, esse encadernado, já à venda no site da Panini e ns bancas: "O Azul e o Dourado". É uma revisão de premissas narrativas do gibi da Liga da Justiça da década de 1980, quando o Besouro ficou pop. A trama vai amolecer o coração dos saudosistas. Desesperado para voltar aos holofotes, o Gladiador Dourado tenta atrair a atenção do público (e da Liga) da mesma forma que qualquer herói de segunda categoria faria: usando as redes sociais. O herói do século 25, deslocado neste nosso tempo, surpreendentemente não entende nada de tecnologia. Ele conta com a ajuda de seu melhor amigo, o já citado Besouro Azul (no caso, a versão Ted Kord), que possui dinheiro e cérebro para ajudar seu velho parceiro a navegar no mundo assustador dos influenciadores da Internet. Mas mal sabem eles, um assassino alienígena em busca de vingança coloca a dupla em sua mira. O problema é que esse tal criminoso nunca erra.

Paralelamente a essa agitação quadrinística, o Besouro Azul também inspira uma série de produtos na loja oficial da DC, como camisetas, almofadas e canecas. Nos últimos meses, os filmes recentes baseados em quadrinhos da editora do Superman foram desastres comerciais, como "The Flash" e (o pavoroso) "Shazam! Fúria dos Deuses". Mas espera-se melhor sorte de Marquezine e de Xolo, que faz sucesso na série "Cobra Kai".

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