Iniciativa inédita do Governo do Estado, implementada pela Secretaria de Estado de Saúde, o Programa Acolha tem foco na orientação sobre o impacto da gravidez não planejada na adolescência, oferecendo palestras educativas, ginecologistas e acesso a métodos contraceptivos no Ambulatório Médico de Especialidades Jornalista Susana Naspolini, no Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, em Ipanema.
Somente no primeiro mês de atendimento, o programa realizou palestras com a participação de mais de mil mulheres. Cerca de 420 jovens optaram pela colocação do implante anticoncepcional subdérmico; além da colocação de dispositivos intrauterinos (DIU), indicado para as que têm mais de 16 anos. A partir deste mês, a capacidade de atendimento deve ser ampliada para 80 mulheres por dia. Mais de 3.600 mulheres, entre 14 e 24 anos, entraram na regulação para o atendimento.
"O programa Acolhe, dentro do AME, é um grande sucesso. Nós já tínhamos expectativas e sabíamos dessa demanda das mulheres fluminenses, que queriam poder fazer um planejamento familiar. A gente está vendo isso no dia a dia pela procura e pelo sucesso nas redes sociais. Vamos levar o programa para outras localidades e ampliar o espectro de ação", relatou o secretário estadual de Saúde, doutor Luizinho.
O Acolhe realiza atendimento em duas etapas. A primeira, é feita uma palestra explicativa sobre prevenção às doenças sexualmente transmissíveis e métodos contraceptivos e esclarece sobre a exposição de mulheres a situações violentas. Em seguida, a paciente é encaminhada à consulta com um ginecologista para avaliação e possível disponibilização do método anticoncepcional escolhido. Pacientes menores de 18 anos que optem por contraceptivos implantados precisam apresentar autorização do responsável.
A equipe é composta por 27 médicos, que realizam ação educativa, aplicação do contraceptivo e exames de ultrassonografia; além de 2 enfermeiros e 4 técnicos de enfermagem. Todo o atendimento é gratuito, realizado pelo SUS.
A gravidez não planejada na adolescência está entre as principais causas da evasão escolar em todo o país, principalmente no Ensino Médio e afeta principalmente alunas em condições mais vulneráveis. Pesquisa promovida pelo Unicef mostrou que dois milhões de adolescentes deixaram a escola no Brasil, em 2022. Desse total, 14% apontaram a gravidez como motivo para o abandono dos estudos. Em 2022, do total de 180.297 nascidos vivos no estado, 777 foram de mães de até 15 anos e 19.347 tinham mães entre 15 e 19 anos, segundo dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos. Ou seja, 11,16% foram fruto de gestações precoces.