OAB de Duque de Caxias valoriza advocacia negra

"Pouquíssimas pessoas sabem, mas a primeira defesa tida como atividade advocatícia no Brasil foi feita por Esperança Garcia, uma mulher negra," revela Wagner Botelho, presidente da OAB subseção Duque de Caxias. Apoiada pela APC (Associação Advocacia Preta Carioca), a Comissão de Igualdade Racial da OAB-DC protocolou o pedido de criação de um monumento em homenagem aos baluartes negros da advocacia do município, repetindo o belo gesto da OAB-RJ, que inaugurou, no final de 2022, a Parede da Memória aos Juristas Pretos e Pretas. Estão lá, no 4º andar da sede da Seccional, os primeiros retratos: o patrono da abolição da escravidão do Brasil, Luis Gama; o fundador do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Francisco Gê Acaiaba de Montezuma; a primeira advogada negra a presidir a OAB Mulher RJ, Zélia Welman; o ex-vice-diretor de Igualdade Racial da OABRJ Nélson Joaquim e a advogada, sindicalista e política Almerinda Farias Gama.

"Nosso município é importante para a Baixada Fluminense e conta com grande percentual de população negra. Essa homenagem será fundamental para resgatar e promover a identificação e o pertencimento dessa população. A OAB-DC não poderia deixar de dar sua contribuição neste movimento de valorização do advogado negro no universo jurídico nacional" destacou o presidente Wagner Botelho.

Fundadora da APC, a doutora Angela Borges Kimbangu, experiente advogada em processos de adoção nacional e internacional, foi a grande parceira da Dra. Mariza dos Anjos Sales, que está à frente da Comissão de Igualdade Racial. Entusiasmada por trazer para Caxias a ideia da homenagem, Dra. Mariza ressaltou: "Como a OAB é a casa da democracia e da defesa dos direitos sociais, é um tributo mais do que justo estarmos valorizando pessoas que fizeram a diferença aqui, pertinho da gente!"

A Parede Preta da Advocacia Duquecaxiense ficará na sala de peticionamento da sede da subseção. Entre os primeiros homenageados, Dr. Francisco Quixaba, ex-presidente da OAB-DC, ao lado de figuras históricas como Luiz Gama.

"Mas do que seguir uma resolução da ONU, a OAB-DC quer se aproximar do advogado, mas também da realidade e do cotidiano do cidadão do município", finalizou Botelho.