Zeca é mais que Pagodinho: é samba raíz do nosso Brasil

Por POR MARCELO PERILLIER

Cantor mostrou o porquê é um grande nome da MPB

Sem dúvida, as palavras de Fernando Molica são verdadeiras. Zeca Pagodinho deveria ser tombado como um grande músico da MPB. Em um show rápido, de 1h30 de duração, mas bem melódico e sugestivo, o cantor mostrou o porquê e um dos nomes mais emblemáticos e carismáticos do samba nacional.

Se faltou algum clássico, pode-se dizer que "Jura", marcada por ter sido a abertura da novela "O Cravo e a Rosa". Mesmo assim, não faltou sucessos como "Verdade", "Vai Vadiar", Judia de Mim" e "Deixa a Vida me Levar".

Como bom sambista, não faltou homenagens aos grandes nomes do bamba, como Monarco (Coração em Desalinho) e Jorge Aragão (Não Sou Mais Disso). E, claro, o sincretismo religioso em voga, com "Quando a Gira Girou" e "Pra São Jorge", fazendo todos do Qualistage fazerem menções a Ogum, Oxum e São Jorge.

Obviamente que samba combina com churrasco e boa cerveja, mas se isso não pôde ser realizado, as músicas se remetem à ocasião. Ademais, o bis foi todo dedicado aos grandes hits da carreira, fazendo a casa um verdadeira quadra de escola de samba.

Pode ter sido curto, na comparação com outros, mas foi uma noite sugestiva para quem foi e para relembrar grandes músicas do estilo que fez nascer outros pelo mundo da música brasileira.

No bagaço da laranja ninguém ficou, mas doido da cabeça aos pés, com samba no dedão, certamente alguns saíram assim depois da bamba de Zeca.