O primeiro passo é o diagnóstico do solo, feito a partir de imagens de satélite e de drone, para mapear a topografia, os recursos hídricos e a cobertura vegetal existente — se é composta de vegetação nativa ou de espécies invasoras, por exemplo. Em laboratório, outras características são analisadas, como a compactação, a umidificação e a composição mineral e orgânica.
Com o estudo em mãos, a próxima etapa consiste na identificação de, no mínimo, 20 espécies nativas com mais chances de sucesso para aquele solo, incluindo variedades dos três estágios da sucessão ecológica, como plantas rasteiras, arbustos e árvores. Essa seleção também é feita em laboratório, com testes que avaliam a taxa de germinação, as substâncias necessárias para a fixação e crescimento e quais podem ser plantadas in natura e quais vão precisar serem envoltas por uma cápsula nutritiva.
A terceira etapa é a dispersão das sementes encapsuladas e in natura de acordo com o plano, feita com uma equipe de duas pessoas e um drone. Uma das vantagens desse método é a facilidade de logística para áreas de difícil acesso, sem a necessidade de deslocamento de uma equipe numerosa, tornando o processo mais seguro para os colaboradores envolvidos. Além disso, o drone tem todo o plano de voo pré-determinado, a fim de garantir o nível máximo de segurança para a equipe.
"Mesmo se tratando de um único bioma, de acordo com o estado do solo, a área pode ser dividida em subáreas, cada uma recebendo uma preparação diferente, por exemplo", disse Tainá de Paula.
Com as sementes no solo começa a etapa de monitoramento, feito com imagens de satélites e de drones, que utilizam inteligência artificial para estudar a evolução da cobertura vegetal e também da biodiversidade. Essa avaliação também permite detectar imprevistos, como eventos climáticos adversos ou o surgimento de espécies invasoras. Todas essas informações ficarão disponíveis em uma plataforma, à disposição da Secretaria de Meio Ambiente e Clima, para que o trabalho possa ser acompanhado.