O Diário Municipal do Rio de Janeiro veio nesta segunda (5) com um decreto do prefeito Eduardo Paes, instalando o estado de emergência na capital fluminense contra a dengue. Dados da prefeitura indicam que já foram registrados mais de 10 mil casos da doença só neste início de ano.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de incidência da doença é de 160,68 por 100 mil habitantes. O número equivale a quase metade de todos os 22.959 registrados ano passado.
Para dar um choque de ordem no combate à doença, serão abertos 10 polos de atendimento em Bangu, Madureira, Del Castilho, Tijuca, Curicica, Campo Grande, Santa Cruz Gávea, Centro e Complexo do Alemão. Os polos estão localizados em unidades de Atenção Primária ou hospitais, e funcionarão de segunda-feira a sábado, das 7h às 19h. Durante o Carnaval, ficarão abertos ininterruptamente.
"Hoje, estamos ampliando nossa capacidade instalada para atender a todas as pessoas que tenham sintomas da dengue. Aqui, o paciente consegue fazer todo o tratamento. Ele chega, faz o hemograma e também a sorologia. Se precisar, faz a hidratação venosa e oral aqui mesmo. E se precisar de internação, temos leitos dedicados para arboviroses e infectologia. O objetivo é reduzir o número de casos graves e de óbitos por dengue. Esse tratamento precoce faz toda a diferença", destacou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Os polos
Os polos são preparados para o diagnóstico e tratamento das pessoas com dengue, com pontos para hidratação venosa ou oral, conforme necessidade de cada caso. Para os quadros mais graves, com indicação de internação, os pacientes serão regulados como emergências pela Central Municipal de Regulação e transferidos para leitos dedicados à dengue nos hospitais da rede de urgência e emergência do município.
O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, será unidade de concentração para a doença, inicialmente com 20 leitos. O local foi referência para o tratamento dos pacientes com quadros mais graves de covid-19, tem expertise e preparo para passar rapidamente pelas alterações de fluxo necessárias em uma situação de epidemia.
Combate
Para evitar focos do mosquito em imóveis fechados ou abandonados, o decreto autoriza a entrada compulsória de agentes públicos nestes locais. Moradores podem denunciar possíveis focos através do canal 1746.
A recomendação da secretaria é de que a população evite água parada em recipientes como vasos de plantas, pneus velhos, tonéis d'água, piscinas, garrafas, entre outros, pois servem de local para que o mosquito se procrie.
Além disso, fará ações de prevenção e de controle vetorial, na quarta (7), em cinco bairros das zonas Norte, Oeste, Sul e Central: Santíssimo, Santo Cristo, Ramos, Copacabana e Jardim Carioca.
Em janeiro, foram visitados 381.652 imóveis para prevenção e controle do mosquito e 98.688 recipientes que poderiam servir de criadouros do mosquito foram tratados ou eliminados. Em 2023, foram realizadas 11,2 milhões de vistorias em imóveis para controle e prevenção de possíveis focos do Aedes aegypti, com eliminação ou tratamento de mais de 2,1 milhões de recipientes.
A secretaria também realiza ações educativas e de mobilização social para orientar a população sobre as medidas para a prevenção de arboviroses urbanas, visando despertar a responsabilidade sanitária individual e coletiva.
