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Niterói em festa! Viradouro tricampeã do carnaval do RJ

Viradouro fez um enredo chamado de "Arroboboi Dangbé", sobre o culto vodum às serpentes | Foto: Marcelo Perillier

Por Marcelo Perillier

Depois de faturar o primeiro título com o Big-Bang, em 1993, e de apostar nas Ganhadeiras de Itapuã no bicampeonato em 2020, a Unidos do Viradouro levou o caneco do carnaval do Rio para o outro lado da Baía da Guanabara, com o culto à serpente.

Praticamente com notas dez em todos os quesitos — recebeu 9,9 em enredo, mestre-sala e porta-bandeira, alegorias e adereços, notas que foram descartadas — a escola de Niterói fez um desfile limpo, técnico e arrojado, pois utilizou o brilho dos carros na Alvorada para fazer um misto de cores entre o escuro da noite e a luz do amanhecer. Além disso, leva o carnavalesco Tarcísio Zanon a um patamar ao estilo de Paulo Barros, Alexandre Lousada e outros tantos.

O vice-campeonato, como esperávamos, invertendo a ordem do carnaval do ano passado, a Imperatriz Leopoldinense, com o enredo sobre a cigana Esmeralda e a cultura dessa matriz. Perdendo três décimos em alegoria e adereços, um em comissão de frente e três em enredo, a escola de Ramos também fez uma apresentação bem técnica, com pouco erros, mas com menos capricho na comparação com a Viradouro que, mesmo se sofrer a punição de 0,5 pontos por ter mais de 15 componentes na comissão de frente, leva o troféu, pois a diferença foi de 0,7 pontos.

Bem no início da apuração, a Grande Rio foi perdendo terreno exatamente onde estava fadada, em enredo e samba-enredo. Supreendeu os dois décimos tirados em harmonia, pois a escola não fez um desfile no corre-corre, e um décimo em fantasia.

Completando as que voltam a desfilar no Sábado das Campeãs, Salgueiro que, mesmo sendo grande candidata antes das apresentações, teve falhas em alegorias e adereços; Portela, que se recuperou do desastre do ano passado, mas ainda distante dos tempos áureos de títulos; e a Vila Isabel, que fez um desfile bem técnico, só que sem brilho aos jurados.

A grande surpresa foi a Mocidade em 10º, pois o enredo e o samba-enredo estavam bons, só que os problemas com carros na dispersão fizeram a escola perder pontos em evolução e despencar, ficando atrás da Tuiutí. A Unidos da Tijuca não empolgou com o fado português e ficou em 11º, com a Porto da Pedra, como já era esperado, mesmo depois de 11 anos fora do Grupo Especial, sendo novamente rebaixada para a Série Ouro.

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