A Prefeitura do Rio deu início, na terça-feira (2), às obras de restauro da antiga Estação Leopoldina, na Avenida Francisco Bicalho. É a primeira etapa de uma série de intervenções que o poder público irá realizar no terreno de 125 mil metros quadrados.
A reforma do prédio histórico, conhecido como Estação Barão de Mauá, em homenagem ao pioneiro do transporte ferroviário no Brasil, terá investimento de R$ 80 milhões e previsão de entrega para o segundo semestre de 2026, quando se comemora o centenário da estação. Nas fases seguintes das obras no complexo, estão previstas para ser construídas a Fábrica do Samba, um centro de convenções e unidades de habitação popular.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, destacou o empenho junto ao governo federal para que o complexo da Estação Leopoldina passasse para o município. Ele ainda explicou que, a partir de agora, terá início não só o restauro do prédio, como o detalhamento da série de projetos previstos para o local.
"Minha vida inteira ouvi que tem de dar um jeito nesse lugar. A gente brigou muito com o governo federal para que esse prédio passasse para a prefeitura. Não é porque a prefeitura é mais competente, mas essas coisas são essencialmente da cidade. Essas obras de restauro são sempre mais complexas, porque levam tempo. São quase dois anos de obra. E, ao mesmo tempo, a gente deve iniciar em breve a obra da Fábrica do Samba. A nossa ideia é ter aqui um centro de convenções e uma área habitacional. Isso aqui se junta com a possibilidade de o estádio do Flamengo vir para cá. Assim, vamos fazer dessa via, uma via de grandes equipamentos da cidade, recuperando a região", frisou o prefeito.
O imóvel histórico da estação terá as fachadas e esquadrias restauradas; e espaços e instalações internas reordenados. O salão principal passará por recomposição; as plataformas serão restauradas e serão construídos um novo mezanino, além de um jardim.
Inaugurado em 6 de novembro de 1926, o edifício da Estação Leopoldina é projeto do arquiteto inglês Robert Prentice. Destaca-se a inspiração na arquitetura palladiana inglesa, patente no aspecto externo do prédio. O edifício é tombado pelo Iphan e pelo Inepac. Por conta disso, o prédio e as plataformas da estação não serão alterados durante a sua recuperação.
Av. Francisco Bicalho
Os investimentos da Prefeitura no eixo da Avenida Francisco Bicalho já somam mais de R$ 400 milhões nos últimos anos. Em fevereiro, foi inaugurado na região o mais novo terminal integrador da cidade, o Terminal Intermodal Gentileza. Em seguida, a Prefeitura iniciou a limpeza de imóveis desocupados em seu eixo, com destaque para a implosão do antigo prédio do Clube dos Portuários, em abril. A liberação dessas áreas é um compromisso do município com a Caixa Econômica Federal, que recebeu os terrenos como parte da modelagem econômica que financiou a Operação Urbana Porto Maravilha.
Agora a revitalização avança para a Zona da Leopoldina, em São Cristóvão, com o restauro da Estação Leopoldina e as obras de revitalização da avenida em si, além de áreas do entorno como a Praça Marechal Hermes e a Rua São Cristóvão, onde circulam diariamente mais de 300 mil pessoas, além dos passageiros do TIG que já ultrapassam os 75 mil por dia. O entorno, com os lançamentos residenciais, já soma mais de 9 mil unidades residenciais lançadas - com mais de 80% delas já vendidas. São esperados mais de 27 mil novos moradores para o entorno direto da Av. Francisco Bicalho nos próximos três anos.