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Prefeitura instala a primeira Motofaixa do Rio de Janeiro

Motofaixa está valendo, ainda que de forma experimental, desde a segunda-feira (19) | Foto: Ronny Santos/ Folhapress

A Prefeitura do Rio anunciou a operação da primeira motofaixa preferencial na cidade do Rio de Janeiro. Ela começou a ser demarcada na última segunda-feira (19). O modelo será adotado, ainda de forma experimental, no sentido Lagoa da Autoestrada Engenheiro Fernando Mac Dowell, popularmente conhecida como Lagoa-Barra. A velocidade máxima permitida nessa pista especial será de R$ 60 Km/h.

A medida é considerada de baixo custo e rápida adoção, visando melhoria no fluxo de trânsito e a redução de acidentes. Em São Paulo, as motofaixas, conhecidas como Faixa Azul, foram adotadas pela primeira vez em janeiro de 2022, e, desde então, os números de acidentes e mortes caíram consideravelmente nos locais onde o modelo foi adotado. No primeiro ano de adoção, houve zero óbitos envolvendo motos.

Por aqui, já havia uma pressão para que a prefeitura implementasse as motofaixas. O vereador Pedro Duarte (Novo) chegou a cobrar a medida do presidente da CET-Rio, Joaquim Dinis, durante uma audiência pública na Câmara do Rio, em junho deste ano. O parlamentar argumenta que, segundo dados da Secretaria de Mobilidade e Trânsito de São Paulo, a adesão de motociclistas às motofaixas foi de 88%, com 96% de aprovação da sociedade civil.

"Recentemente, cobrei do presidente da CET-Rio, durante uma audiência pública, a adoção de motofaixas na nossa cidade, tendo em vista o sucesso da medida em São Paulo. O número de acidentes e mortes caiu muito por lá. A motofaixa é uma medida de urbanismo tático, uma vez que surge como uma alternativa criativa para "driblar" a morosidade da gestão pública em projetos de planejamento urbano", diz Pedro Duarte.

Segundo a CET-Rio, a Autoestrada Lagoa-Barra foi escolhida para receber a primeira motofaixa da cidade justamente pela quantidade de acidentes ali registrados, além da facilidade de controle operacional que a via oferece. Outro motivo é o fato de a autoestrada ter faixas de trânsito mais largas, com pavimentação recentemente recuperada. Cerca de 600 motocicletas circulam por hora na Lagoa-Barra, o que corresponde a 20% do fluxo.

A urgência da medida é evidente, afinal, de 2022 para 2023, o número de ocorrências com motos teve um aumento de 19,68% no nosso município. No ano passado, segundo dados do Corpo de Bombeiros, motociclistas do Rio se envolveram em 1.401 atropelamentos, 13.266 colisões e 5.553 quedas — um total de 20.220 acidentes. Na Autoestrada Lagoa-Barra, 44% das vítimas de acidentes de trânsito são motociclistas e passageiros de motos, segundo a CET-Rio.

E mais: segundo dados georreferenciados compilados pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio e replicados pelo gabinete do vereador Pedro Duarte, cerca de 62,6% das ocorrências de trânsito na cidade envolvem motociclistas, o equivalente a 41 casos por dia. Vale destacar ainda que, vinte anos atrás, a frota de motos na cidade somava um quarto da atual.