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Nova 'praga' do século 21, Mpox acende alerta no Rio

Desde 2022, 'Varíola dos Macacos' já teve 3.800 notificações no Rio de Janeiro | Foto: Reprodução

Por Marcello Sigwalt

Não é Covid-19, nem Aids. A nova praga do século 21 tem o nome de Mpox (antiga varíola de macacos), que já conta com 3.800 notificações de transmissão da doença, desde 2022 até hoje, no Rio de Janeiro. Somente em agosto último, foram verificadas sete ocorrências - que somam 121, desde o início do ano, apontam dados Observatório Epidemiológico da Cidade do Rio de Janeiro (EpiRio) - o que liga o alerta das autoridades sanitárias locais para a necessidade de adoção de medidas preventivas que evitem o alastramento da doença.

Do contingente notificado, 1.266 pessoas tiveram o contágio confirmado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o que torna o Rio a segunda metrópole em número de casos no país - perdendo apenas para a maior delas, São Paulo - com maior incidência na Zona Sul (303), Barra da Tijuca e Jacarepaguá (201) e Centro (172).

Causada por um vírus que produz uma espécie de caroço, pelo corpo e lesões na pele, a Mpox requer cuidados básicos para conter a contaminação, que ocorre, sobretudo, pelo contato físico mais prolongado, contato com roupas de cama e toalhas contaminadas, mas também por meio de secreções respiratórias (tosse e espirro) e contatos íntimos com múltiplos parceiros. Um dos detalhes que mais chama a atenção, no que toca ao contágio por sexo, em com uma contaminação avassaladora masculina (1186) e apenas muito menor entre as mulheres (80).

Se isolar e fazer acompanhamento médico permanente é a melhor forma de se proteger de eventual contágio, recomenda o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, ao admitir que a doença reduz a intensidade com o tempo, mas pode se agravar, em caso de baixa imunidade. "A gente sempre precisa identificar e isolar aquele paciente. É muito importante sempre lavar as mãos, principal fonte de transmissão da Mpox".

Quanto aos sintomas, os mais frequentes são: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, adenomegalia (aumento das glândulas do pescoço), calafrios, cansaço e lesões na pele (erupções cutâneas).

Caso suspeite de tem contraído a doença, o paciente deve buscar, o quanto antes, uma unidade de atenção primária (clínicas da família ou centros municipais de saúde), já portando máscara de proteção individual, além de seguir as orientações dos profissionais de saúde. Atualmente, o tratamento da Mpox visa aliviar sintomas, além de prevenir e tratar complicações ou sequelas.

A orientação médica é no sentido de higienizar as mãos, com água e sabão ou álcool em gel, usar máscara com equipamento de proteção individual, como é feito em relação a outras doenças contaminantes. Apesar do termo 'varíola dos macacos', seu contágio não se dá pelo contato com os animais, mas entre os seres humanos.

Em geral, solução mais eficaz de combate à mais nova cepa do vírus, as vacinas contra a doença devem começar a chegar daqui a alguns dias, mas no Congo (África), epicentro da contaminação global, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS).