Por Marcello Sigwalt
Uma montanha de dinheiro, correspondente a mais de R$ 300 milhões. Esse é o montante que deve ser bloqueado das contas de 58 policiais civis e militares (ativos e inativos), conforme denúncia encaminhada à Justiça pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco).
Somente no período dos últimos seis meses, foi oferecido ao Judiciário um total de 44 ações penais (por crimes, como organização criminosa, tráfico de drogas, milícia armada, contravenção e pirâmide financeira) contra 325 pessoas, das quais 92 servidores e ex-servidores públicos; 29 policiais militares da ativa; 11 ex-policiais ou aposentados; 12 policiais civis; dois ex-policiais civis ou aposentados; um policial penal e três delegados de polícia. Nesse rol do crime, também foram denunciados três ex-prefeitos, cinco ex-secretários municipais e outros 26 prestadores de serviços públicos.
No combate às construções ilegais e ocupações irregulares na cidade, recentemente, Força-Tarefa de Enfrentamento à Ocupação Irregular do Solo Urbano prestou apoio à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), durante as operações de demolição de imóveis construídos irregularmente em áreas dominadas pelo tráfico e pela milícia.
Em operação semelhante, o Gaeco deflagrou, em junho último, a operação Ruptura, em que foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, em investigação que apurou crimes de constituição de milícia privada e lavagem de dinheiro, por parte de integrantes do 'Bonde do Varão', com atuação em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense).
Nesse mesmo mês, a Justiça condenou o ex-policial militar Rodrigo Ferreira (conhecido como 'Ferreirinha') e a advogada Camila Nogueira a quatro anos e seis meses de prisão, por obstruir as investigações. Na ocasião o MP (Ministério Público) recorreu da sentença, em favor da ampliação da pena dos réus.
Já em março deste ano, a operação 'Pretorianos', consistiu no cumprimento de 20 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão, que incluiu 18 policiais militares da ativa e um policial penal, do grupo comandado pelo interventor Rogério de Andrade, o que resultou na denúncia de 31 pessoas por crime de organização criminosa.
