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Incêndios se alastram e agora põem em risco áreas urbanas

Ocorrência simultânea de incêndios desafia equipes do Corpo de Bombeiros | Foto: Joédson Alves - Agência Brasil

Por Marcello Sigwalt

Fenômeno climático atípico, ainda não devidamente explicitado pela mídia (devido à anomalia no campo magnético terrestre, justamente no Brasil ou pela ação do homem, em tempo de eleição municipal, ou ambas?), o fato é que a 'terra brasilis' se mantém incandescente, em pleno inverno, com temperaturas elevadas, índices baixíssimos de umidade atmosférica e elevação perigosa do índice de poluentes dispersos no ar.

Tal cenário de terror persistente, sem prazo para acabar, é o retrato perfeito do drama vivido pela Cidade Maravilhosa e sua vizinha Cidade Sorriso, alvos constantes de intensos incêndios florestais, o que levou o Corpo de Bombeiros a criar um 'gabinete de crise', a fim de debelar com mais eficiência as chamas, cada vez mais próximas das respectivas áreas urbanas,

De acordo com informes da corporação, os focos mais resilientes se localizam nos morros do Tabajaras e Dona Marta (Copacabana e Botafogo, respectivamente), na Pedra da Gávea, (altura do Alto da Boa Vista), bem como na área de acesso à Prainha e a Grumari (Recreio dos Bandeirantes).

Do outro lado da baía, a situação não é diferente. Desde a noite da última quarta-feira (11), o fogo consome parte relevante do Morro das Andorinhas (Itaipu, na região Oceânica niteroiense), sem contar registros semelhantes nas cidades de Nova Iguaçu, Caxias, Mesquita e Japeri (Baixada Fluminense). Também houve ocorrências em parte da mata do Quilombo Santa Justina e Santa Izabel, em Mangaratiba, na Costa Verde.

2024 abrasador

Entretanto, o mais temerário é saber que essa experiência incendiária vem se acentuando, desde o início do ano, já contabilizando 16 mil ocorrências de incêndios em matas, alta de 90% em relação a 2023, aqui considerando todo o estado.

Pondo o 'dedo na ferida', o porta-voz do Corpo de Bombeiros RJ, major Fábio Contreiras observa que "mais de 95% desses incêndios florestais possuem causa humana, ou seja, acidental ou proposital. Por isso, é fundamental ficar atento a alguns cuidados que todos devem ter. Primeiro, muito cuidado ao descartar as guimbas de cigarro próximos de estradas e em áreas verdes também. Além disso, evitar realizar fogueiras, seja em acampamento ou até mesmo em locais próximos da sua residência. Jamais realizar queimadas, seja de lixo ou até mesmo para abrir algum outro tipo de cultivo na sua região. Lembrar também que é crime soltar balões e também não soltar os fogos de artifício".

No paralelo, a proliferação de incêndios florestais, agravados pela estiagem prolongada levou a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade e o Instituto Estadual do Ambiente a lançar um apelo, em tom de convocação, à população, no sentido de que denuncie 'casos de fogo em vegetação para que os responsáveis sejam identificados e punidos'.