Por Marcello Sigwalt
Uma quadrilha de estelionatários, especializada em golpes contra idosos é o alvo da operação, deflagrada nessa quinta-feira (19), pela Polícia Civil, em conjunto com o Ministério Público (MPRJ), em que agentes da 77ªDP (Icaraí) e do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) buscam cumprir oito mandados de prisão contra pessoas denunciadas por crimes, como associação criminosa e estelionato, que correspondem a um prejuízo de R$ 150 mil, estimados inicialmente.
De acordo com as investigações - realizadas pela 15ª Delegacia de Acervo Cartorário (Deac) - o grupo criminoso tinha por costume receber o dinheiro, por meio de apresentação de folhas de cheque clonadas, com as assinaturas falsificadas na 'boca do caixa' de determinados bancos.
Expedidos pela 1ª Vara Criminal de Niterói, os mandados estão sendo cumpridos em bairros, como Rocinha, Barra da Tijuca, Itanhangá, Caju e Rio Comprido, correspondendo a 16 pessoas denunciadas pelo Gaeco. Todos os suspeitos já apresentam anotação criminal pela prática de crimes patrimoniais.
Também participa da força-tarefa a Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.
'Modus operandi'
Segundo informações da Polícia Civil, por meio de fraude, os estelionatários conseguiam ter acesso aos dados e bancários das vítimas, a partir dos quais, faziam contato telefônico com as estas, em que se identificavam como funcionários de bancos, ordenando aos idosos que rasgassem as folhas de cheques, alegando que estes haviam sido 'clonados'.
Com esse cheques clonados, a quadrilha realizava saques e depósitos, diretamente na 'boca do caixa', dos bancos, assim debitando os respectivos valores das contas das vítimas. Na denúncia realizada pelo MPRJ, esse tipo de crime teria sido cometido 32 vezes contra apenas sete idosos.
O grau de articulação da atividade criminosa pode ser atestado pelo fato de os criminosos 'sequestrarem' a linha telefônica dos alvos do golpe, para depois solicitar à operadora um novo chip em nome das vítimas, com base em documentos falsos.
Para garantir o sucesso do golpe, os criminosos "sequestravam" a linha telefônica dos alvos do golpe, e solicitavam à operadora um novo chip em nome das vítimas, usando documentos falsos. Uma vez de posse do chip, o grupo bloqueava qualquer tentativa de contato das vítimas com o banco.
No momento em que o funcionário do banco (de fato) ligava para uma das vítimas, para confirmar a operação, a ligação era desviada para outra, dos criminosos, o que garantia o saque do dinheiro.