Por Marcello Sigwalt
Por suspeita de envolvimento com a milícia da Zona Oeste, endereços ligados a 17 policiais militares foram alvo de operação do Ministério Público (MPRJ) - que contou a participação de agentes do Gaeco, com o apoio das Polícias Militar e Civil, para cumprimento de 37 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos Pms, o que inclui, as respectivas residências, bem como nos 12 batalhões, em que estes estão lotados: Departamento Geral do Pessoal (Centro), Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Centro), 41° BPM (Colégio), 40º BPM (Campo Grande), 9º BPM 2ª CIA (Honório Gurgel), 5º BPM (Gamboa), 18º BPM (Freguesia), 15º BPM (Duque de Caxias), 18º BPM (Freguesia), 20º BPM (Mesquita), Batalhão de Polícia de Choque (Centro) e Diretoria de Licitações e Projetos (Centro).
Entre os investigados, figura o coronel PM, Marcelo Moreira Malheiros. Segundo o MPRJ, os suspeitos devem responder por crimes, como associação criminosa voltada para a prática de milícia, extorsão, comércio ilegal de armas de fogo e corrupção passiva. Citado na investigação que culminou com a primeira operação, Malheiros teve sua posse adiada.
De acordo com a denúncia - que contaram com informações e relatórios de análise produzidos pela Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) - os agentes atuavam como informantes de um grupo miliciano, que atua na comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, em Jacarepaguá (Zona Oeste), com o objetivo de negociar a venda de armas e munições, além de servirem como motoristas dos milicianos, em deslocamentos, entre as comunidades do Bateau Mouche, Barão, São José Operário, Campinho, Fubá, Chacrinha e Quiririm.
Diálogos mostram que milicianos indicariam aos policiais os locais exatos para incursões. Utilizando terminologia própria do crime, um pm informa ao criminoso de que haverá "treino em outro ambiente", ou que não haverá operação policial nas áreas de atuação da milícia, acrescentando que avisará, com antecedência de um dia, caso haja ações programadas pela corporação no local.
