Termina 1ª fase de demolição

Seop anuncia "descaracterização' de condomínio na Maré

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Por Marcello Sigwalt

Mediante a 'descaracterização' de 32 de um total de 41 prédios, foi concluída, nessa segunda-feira (2) a primeira fase de demolição do condomínio, que teria sido erguido pelo tráfico na comunidade Parque União, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio.

Com a finalização dessa etapa, segundo a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), será possível entrar com máquinas no terreno. Até então, todos os trabalhos foram realizados manualmente. Entretanto, como continuam inconclusas as negociações com a Secretaria municipal de Habitação e Assistência Social com moradores de algumas unidades do condomínio Novo Horizonte (cujos apartamentos não foram demolidos), ainda não há uma definição para o início da segunda fase de demolição. Em paralelo, 51 famílias foram cadastradas e os dados coletados passam por uma análise para possível inclusão no Auxílio Habitacional Temporário.

Embora necessário, o custo social do trabalho de demolição do condomínio, por dez dias consecutivos, foi muito elevado, uma vez que escolas e clínicas da família foram obrigadas a suspender o funcionamento, em razão da presença de equipes das polícias Civil e Militar no Parque União e também na Nova Holanda, para efeito de segurança da ação da Seop. Insatisfeitos com a iniciativa, moradores se manifestaram, pedindo o fim das operações diárias, em meio a um clima de tensão que prevaleceu na região.

Um exemplo disso foi o momento, exibido pelas redes sociais, em que policiais militares e moradores bateram boca em uma viela. A 'temperatura' no local aumentou quando um dos agentes gritou: "Pode sair daí. Vai tomar, se jogar vai tomar". Apesar do tumulto, não houve registro de feridos.

Em outra ação, na última quinta-feira (29), o Batalhão de Ações com Cães (BAC) apreendeu 820kg de drogas (maconha e cocaína), depositadas em vigas de telhados e inseridas em vãos de paredes de uma escola municipal e em uma clínica da família. Quatro dias antes, uma tonelada de maconha havia sido encontrada em dutos de ar de uma escola municipal.

O MPF também questionou à Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) sobre o fundamento legal da operação.