Passageira do ônibus que tombou, ainda não consegue andar

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"Vai devagar, motorista". O apelo desesperado da passageira e atendente de lanchonete Jennyffer Micaella, de 20 anos, precedeu a tragédia do ônibus da linha 476 (Leblon - Méier), que tombou, na última sexta-feira (6), em São Cristóvão, arrancando-lhe parte do couro cabeludo, ferimentos nas costas e sem condições de andar, devido ao deslocamento da bacia. Além de amputar o braço do pequeno Davi Geovane Guimarães, de 8 anos, e amputações em outras duas pessoas, o acidente deixou um rastro de 26 pessoas feridas.

Para registrar a ocorrência, essa segunda-feira (9), na 17ª DP (São Cristóvão), Jennyffer, ainda com dores no corpo e a cabeça enfaixada, teve de ser carregada no colo por amigos e parentes, seguindo, depois, para o Instituto Médico Legal (IML) para se submeter a um exame de corpo de delito.

Em seu relato à mídia, a jovem contou que voltava do trabalho, junto com três amigos, quando percebeu que o coletivo passou a aumentar muito a velocidade, nas imediações da Lagoa Rodrigo de Freitas, no momento em que vários passageiros pediram ao motorista que 'corresse' menos.

"Quando a gente pegou o Túnel (Rebouças), na primeira galeria, ele (motorista) quase bateu num carro branco, que desviou e buzinou. Aí, a gente falou para ele, vai devagar, motorista, temos filho em casa. A gente quer chegar em casa bem. Ele, em vez de reduzir a marcha e ir devagar, foi indo rápido. Na descida do viaduto (da Linha Vermelha para o Campo de São Cristóvão), ele tinha que parar para virar. Ele continuou rápido e não freou. O ônibus tombou para o lado que eu estava", relembra Jennyffer, que estava sentada no banco, logo atrás do menino Davi.

Ao ser retirada por amigos, também feridos, do veículo, a jovem foi conduzida ao Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador.

Colega de trabalho de Jennyffer, Flávio da Silva Desidério, de 19 anos, confirma a versão dela: "O ônibus vinha correndo muito e, em São Cristóvão, o motorista não conseguiu controlar o veículo, que tombou. Eu caí em cima de outra pessoa e ainda tive a cabeça pisoteada por outro passageiro".

Com traumatismo craniano, o motorista do coletivo segue internado no Hospital Souza Aguiar.