Inea liga alerta para piora na qualidade do ar do carioca

Estiagem, alta temperatura e queimadas elevam nível de poluentes

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Por Marcello Sigwalt

A perspectiva de continuidade da combinação de fatores, como falta de chuva e recorrentes focos de queimadas, tende a piorar a qualidade, já baixa, do ar do carioca e em todo o Estado, alerta boletim disparado, nessa terça-feira (10) pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), após verificações realizadas 55 estações, pelas quais são medidos poluentes em suspensão, como ozônio e dióxido de enxofre. Para completar o cenário preocupante, é grande o risco de incêndios, que varia de alto a muito alto.

Para atestar a gravidade da situação, o presidente do Inea, Rafael Campos, afirma que "houve mais focos de queimadas, nesta semana, do que nas anteriores, e não há previsão de chuvas nos próximos dias, de acordo com dados fornecidos pelo Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ), da Defesa civil. O panorama é classificado como crítico em localidades próximas à Capital, como Seropédica, Japeri e Itaguaí, mas também nas cidades de Barra do Piraí, Barra Mansa, Miguel Pereira, Vassouras e Resende.

Segundo o sistema de monitoramento atmosférico do município do Rio, o ar com qualidade mais ruim, avaliado nessa terça-feira (10), era o respirado por moradores de Campo Grande, na Zona Oeste, enquanto este ainda era considerado 'bom', no centro e em Copacabana, além de moderado, na Pedra de Guaratiba, Bangu, Irajá e Tijuca.

A expectativa adversa de Campos é confirmada pelo gerente de monitoramento do ar da Secretaria de Meio Ambiente do município do Rio, Vinícius de Oliveira, que não visualiza qualquer possibilidade de condições climáticas mais amenas, no curto prazo. "Diria que a qualidade do ar da cidade, no momento, é moderada. Mas a tendência é piorar, por causa da falta de chuvas e das ondas de calor. A situação é mais grave em locais que têm sistemas de ventilação ruins, por seu relevo, mais confinados e distantes do mar, como é o caso de bairros da Zona Oeste.

Além dos fatores expostos, o que torna ainda mais imprevisível o tempo é o fato de o carioca estar enfrentando, em pleno inverno, altas temperaturas de verão, que beiram os 40°C, com umidade relativa do ar não superior a 20%, enquanto os sistemas Imunana-Laranjal (que atendo o Leste Metropolitano) e Acari, já se encontram em estágio de alerta, devido à prolongada estiagem no estado. Embora não admita a necessidade de corte ou racionamento na distribuição de água, a Cedae (face à redução da disponibilidade hídrica dos mananciais utilizados na captação e tratamento do insumo essencial), já está orientando os consumidores a adiarem 'tarefas não essenciais' que demandem muito consumo.

A Cedae pretende reduzir o abastecimento nos municípios de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí (água bruta) e parte de Maricá (Inoã e Itaipuaçu).