UERJ: manifestação acirra crise
Ao negar desocupação, estudantes elevam pressão sobre reitoria
Em mais um round do impasse que tomou conta da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), por conta da intolerância da diretoria da instituição, no sentido de retomar os critérios anteriores, para concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil, as lideranças da paralisação na - em nome de seus mais de 38 mil estudantes, sem contar, 3 mil professores e 5 mil técnicos administrativos - convocaram nova manifestação, nessa quinta-feira (12), no campus do Maracanã, Zona Norte, como forma de resistência, ao pedido de desocupação integral da universidade, vencido às 10h, desse mesmo dia.
Enquanto os manifestantes argumentam que as alterações prejudicam o acesso de muitos alunos aos benefícios - que consideram 'essenciais' à continuidade dos estudos - em comunicado disparado na última terça-feira (10), a reitoria justificou que tem mantido 'diálogo com os estudantes, desde o início da gestão, e que pretende seguir com a participação destes na formulação da política de assistência', mas explicou que a desocupação visa reativar as atividades presenciais, a partir dessa sexta-feira (13), de modo a 'minimizar' o prejuízo acadêmico.
Como réplica, os estudantes classificaram o pleito pela desocupação como "uma tentativa de intimidar e reprimir, tanto a ocupação, quanto a greve estudantil, que reforça a resistência às medidas propostas [pela reitoria]". Ainda assim, os manifestantes instaram a reitoria a organizar uma mesa de negociação para discutir a situação atual.
Uma das participantes da mobilização, a estudante cotista de História, Carol Santos, entende que as novas regras 'vão aumentar a evasão entre os estudantes mais pobres', além de deixar milhares de alunos sem garantia alguma, a partir de janeiro. A reitoria segue numa grande intransigência com os estudantes".
De acordo com o Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda 038/2024), o auxílio alimentação seria substituído por refeição gratuita, no 'bandejão' para os cotistas, além de reduzir pela metade o auxílio ao material didático, antes pago a cada semestre, no valor de R$ 1,2 mil. Outra decisão contestada é a limitação, para 1,3 mil estudantes do direito ao auxílio-creche.