Operação 'Buzz Bomb' da PF prende cabo da Marinha

Militar seria operador de drones lançadores de granadas

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Blindados foram acionados para enfrentar facção criminosa

Por Marcello Sigwalt

Como medida preventiva contra o eventual uso de drones lançadores de granadas contra as forças de segurança e grupos rivais a Polícia Federal (PF) realizou, na manhã dessa segunda-feira (16) uma operação 'Buzz Bomb' direcionada contra a facção criminosa Comando Vermelho, no Complexo da Penha, na Zona Norte. A iniciativa resultou na prisão de um cabo da Marinha, que seria responsável pela operação dos dispositivos eletrônicos, além de deixar quatro moradores feridos por estilhaços decorrentes da troca de tiros. Não foi divulgada informação sobre apreensão de drones na operação.

O termo 'Buzz Bomb', escolhido para a ação da PF, em realidade, remete às bombas voadoras alemãs, que receberam esse nome, devido ao barulho aterrador que faziam, antes de atingirem o alvo - com maior frequência, Londres, a capital britânica - por ocasião da Segunda Guerra Mundial.

Segundo informações da PF, um dos alvos da operação, na verdade, era o líder do Comando Vermelho. No entanto, para evitar que o confronto armado ganhasse uma proporção maior, a corporação decidiu não prosseguir com a operação. Em paralelo, os agentes dispunham de três mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa.

Já a plataforma Onde Tem Tiroteio (OTT) divulgou informe, dando conta de um confronto, iniciado por volta das 8h na Rua Sargento Névio dos Santos, na Vila Cruzeiro. Por meio de redes sociais, moradores testemunharam o deslocamento de, ao menos, cinco blindados da PF na localidade, seguido de intensa troca de tiros.

De fato, o ponto de partida das investigações consistiu em um ataque de traficantes contra milicianos da localidade conhecida como 'Gardênia Azul', na Zona Oeste, em fevereiro deste ano, quando os criminosos empregaram drones equipados acoplados a dispensadores para lançamento de artefatos explosivos. Tal dispositivo teria sido operado, na época, pelo militar preso nessa segunda (16).

Os drones haviam sido usados para monitorar as ações policiais no Complexo da Penha.

Os alvos dos mandados de prisão preventiva responderão por organização criminosa e posse de material explosivo, com penas de até 14 anos de prisão.

Devido à operação, foram suspensas as visitas domiciliares da Clínica da Família Felipe Cardoso e, pelo menos, um colégio ficou fechado. As aulas das escolas municipais foram mantidas.