Chuva é 'zerada' em setembro

Além estiagem e baixa umidade, risco de 'chuva negra' existe

Por

Sinal inequívoco que serve de referência para a 'atroz secura' que acomete a população carioca, como de todo o estado, dados do Sistema Alerta Rio confirmam o cenário de emergência climática que tomou conta da Capital Fluminense, em que a primeira quinzena deste mês apresentou redução de 97,8% de incidência de chuvas, ante igual período do ano passado.

De outra forma, nos primeiros 15 dias de setembro, a precipitação pluviométrica não passou de 0,5 milímetros (mm), ou seja, foi quase nula, em comparação com igual quinzena de 2023, cuja média chegou a 23,4 mm. Ligeira melhora foi projetada pelo serviço Climatempo nessa segunda-feira (16), com a ocorrência de chuvas de até 0,9 mm.

Ao classificar 0,5 mm como 'nada, o meteorologista do Climatempo, César Soares atesta: "Praticamente não choveu. E o início da primavera será muito quente e sem chuva. A chuva só volta em novembro, no final da primavera. Já estamos vendo o período de secas extremas. São as mudanças climáticas, das quais falávamos há 30 anos. A gente tem que começar a agir", pregou.

Como efeito colateral grave, a preocupação é que a ausência continuada de chuvas pode baixar sobremaneira a disponibilidade hídrica do manancial utilizado para captação e tratamento de água, não somente na Região Metropolitana, como também em outras cidades próximas.

Os sistemas de abastecimento da Região Metropolitana entraram em 'estágio de alerta' pela estiagem, ao passo que o governador Cláudio Castro anunciou uma série de medidas, para conter a crise hídrica. Para o professor José Marcus Godoy, a fumaça produzida pelas queimadas seria 'traiçoeira', uma vez que carrega partículas de componentes que entram nos pulmões, assim como na corrente sanguínea. "É um material particulado, que se espalha. Mesmo que não haja queimada, pode surgir chuva negra".