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Eduardo Paes pretende armar parte da Guarda Civil

Controversa, medida ainda terá de passar pelo crivo da Câmara Municipal | Foto: Divulgação Prefeitura do Rio

Por Marcello Sigwalt

Questionado durante a campanha por adversários em relação a medidas que reforçassem a segurança pública por parte da Prefeitura, o prefeito reeleito Eduardo Paes, embora admita que este projeto 'sofra grande resistência' (por uma parcela da população), afirmou que pretende armar os guardas municipais.

Ao destacar que a ideia é de 'uma parte' da Guarda Municipal, considerada um 'grupo de elite', passe a dispor de armamento, o qual deve ser utilizado com 'muito critério e cuidado', Paes adiantou, em entrevista concedida ao programa RJ1, da TV Globo, que pretende discutir a questão com o governador Cláudio Castro.

"Quero ter uma conversa com o governador Cláudio Castro. Acho que agora também chegou a hora de a gente avançar naquilo que venho defendendo desde a minha eleição de 2020: uma parte da Guarda Municipal, um grupo de elite, poder ter armamento, com muito critério e cuidado. Acho que está na hora. Vou conversar com o presidente da Câmara, Carlos Caiado", revelou".

Consultado a respeito, Caiado (PSD), que também foi reeleito, comentou que essa medida tem que ser analisada 'nessa legislatura', mas sob a condicionante de 'construir consenso em torno do tema, "especialmente, diante de um cenário de grande polarização". Ele acrescenta, ainda que "apesar de ser uma responsabilidade do governo do estado, o poder municipal pode e deve auxiliar no ordenamento urbano. A Guarda Municipal armada já é uma realidade nas cidades brasileiras. Entre as capitais, apenas Rio e Recife não têm. Eu sou favorável a termos um grupamento específico para atuar nas áreas turísticas da cidade. Isso já acontece em Salvador, por exemplo".

O grau de polêmica que envolve a iniciativa pode ser medida pelo adiamento, por 21 vezes, da respectiva proposta, por parte da Câmara Municipal, em vista da 'falta de consenso'. A expectativa, agora, é de que ela avance, desde que o porte de arma se restrinja a um determinado grupo da corporação.

Além de armar parcela dos guardas municipais, Paes pretende adotar ações adicionais, como a ampliação do Programa BRT Seguro, específico para o combate à violência e ao vandalismo nas estações do sistema; aumento do número de câmeras de vigilância na cidade e expansão do Programa de Rondas Maria da Penha.

Favorável a que todos os guardas municipais portem armas, o vereador Rogério Amorim (PL) acentua que "esse debate não deveria ser ideológico. Estamos falando de uma força de segurança constituída. A população vai ao banco e não se assusta com um segurança patrimonial armado, mas não permite que um servidor público concursado use uma arma. A Guarda tem que assumir o papel de proteger a população".