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Dia do Professor: comemorar?

Por Marcello Sigwalt

Falta de reajuste salarial, de ar-condicionado em creches e escolas e contratação de novos profissionais para suprir a demanda. Infelizmente, esse é o quadro negativo traçado para o setor de Educação, que deixa motivo algum para comemoração, nessa terça-feira (15), do dia da profissão que forma todas as demais: a do professor.

No caso do Estado do Rio de Janeiro, as principais reclamações da categoria dizem respeito ao reajuste de salários, assim como no que toca ao pagamento do restante da recomposição de salários, conforme acordo firmado pelo governo do Rio com a Alerj (Assembleia Legislativo do Estado do Rio de Janeiro), ainda em 2021.

Em tom de desabafo, a professora do estado, Valéria Mota, "a gente trabalha, dá nosso melhor na sala de aula, mas não se sente valorizada. Falam tanto da importância do professor, mas na hora de, realmente, mostrar isso na prática, não vemos ações por parte do poder público".

Já a secretária de saúde da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública), Francisca Seixas, é recorrente o assédio moral institucional, sem contar a pressão sofrida dentro da sala, o que tem implicado o adoecimento de muitos profissionais de ensino. Neste aspecto, Francisca aponta a plataformização da educação (uso intensivo das ferramentas digitais na área) que acarretou sobrecarga, desconexão para o trabalho e violência no ambiente escolar.

A professora de psicologia da PUC-Campinas, Raquel Guzzo, a pressão sobre os professores cresceu, desde a pandemia. Ela defende que um ambiente escolar saudável passa pela organização e o planejamento de ações na escola, de forma coletiva, bem como o compartilhamento de experiências.