RJ: campeão de crime eleitoral

É o que apontam dados da Polícia Federal, com relação ao último pleito

Por

Título nada honroso para o estado, o Rio de Janeiro é o 'campeão' nacional, em número de ilícitos eleitorais neste ano, apontam dados divulgados, nessa quinta-feira (10), pela Polícia Federal (PF), ao contabilizar, desde o início do primeiro turno das eleições municipais de 2024, 3135 ocorrências, a maior parte, vinculada à propaganda irregular e à compra de votos. Atualmente, com 10,3 milhões de eleitores, o RJ é o terceiro maior colégio eleitoral do país.

Um dos episódios emblemáticos de crimes eleitorais em terras fluminenses foi protagonizado por um grupo de 24 pessoas, preso na noite de 5 de outubro (véspera do pleito municipal) em flagrante na cidade de Nilópolis (Baixada Fluminense) por agentes da PF, por atuarem como cabos eleitorais de um candidato a prefeito, além de envolvimento em tentativa de compra de votos.

Na ocasião, os policiais federais encontraram um montante de R$ 63.044,00, em espécie, no interior de um carro adesivado com a propaganda de um candidato. O veículo continha, ainda, uma pistola, dois carregadores, além de uma lista com nomes de eleitores que supostamente receberiam dinheiro em troca de voto.

No dia anterior, em 4 de outubro, outros R$ 49.900,00 em espécie foram apreendidos pela PF, no centro de Macaé, montante que seria empregado, segundo investigações, na compra de votos nas eleições municipais da cidade. Uma terceira operação apreendeu, no dia 3 deste mês, R$ 1.859.040,00 em espécie, em dois veículos estacionados na garagem de um centro empresarial na Barra da Tijuca, (Zona Oeste).

Disque 121

Apenas no domingo (6) - quando houve o primeiro turno das eleições municipais de 2024 - o serviço 'Disque Denúncia' recebeu 121 ligações com relatos sobre crimes eleitorais no Rio de Janeiro, o que corresponde à uma alta de 51% de todas as denúncias recebidas pelo canal no dia.

Entre os crimes denunciados, o de 'boca de urna' respondeu pelo maior número de ligações, seguido de compra de votos, ameaça e sujeira. Nas últimas posições, entre as denúncias, figuraram casos de uso de celular na urna e briga. As denúncias serão encaminhadas para os órgãos responsáveis.