Por Marcello Sigwalt
Reviravolta sem fim no caso dos testes de transplantes de órgãos, 45 pacientes transplantados, entre dezembro do ano passado e setembro de 2025, por medida de segurança, estão realizando novos testes de HIV, após a constatação de que seis pessoas haviam sido contaminadas pelo vírus causador da Aids, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), ao informar que, há 15 dias, exames preliminares efetuados pelo Hemorio não terem detectado contaminação, uma contraprova apresentou 249 resultados negativos.
Agora, tais exames vêm sendo feitos nos centros transplantadores e por um centro da rede estadual. Não há prazo para divulgação desses resultados. Paralelamente, o Hemorio analisou amostras de 286 doadores de órgãos, sem que tivesse sido, a princípio, detectada amostra alguma infectada pelo vírus.
O escândalo dos transplantes contaminados por HIV 'estourou' no último dia 10 de setembro, por meio de reportagem exclusiva da BandNews, depois que um dos pacientes transplantados procurou um hospital, apresentando problemas neurológicos, que redundaram em um resultado positivo para a contaminação viral.
Logo em seguida, após análise, amostras de órgãos doados por essa mesma pessoa levaram a outros casos confirmados. Há uma semana, outro receptor de órgãos exibiu exame de HIV positivo, após o transplante, totalizando, até o momento, seis casos de contaminação.
Em decorrência da profusão de casos de fraudes nos testes de transplantes de órgãos contaminados, o laboratório PCS Saleme - contratado sem licitação pela Fundação de Saúde para atender ao programa de transplantes - teve o serviço suspenso e foi interditado, em seguida.
No plano judicial, inquérito aberto pela Polícia Civil resultou no indiciamento de seis pessoas pelo crime, classificado - na denúncia encaminhada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) - como lesão corporal gravíssima por enfermidade incurável, associação criminosa, falsidade ideológica e por induzir consumidor a erro.