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OCDE: RJ é um polo de grande potencial na 'Economia Azul'

RJ emerge como polo que pode contribuir muito para a 'economia do mar' | Foto: Divulgação site Marinha do Brasil

Por Marcello Sigwalt

Dentro da perspectiva de a Economia Azul corresponder, até 2030, a um PIB Global do mar, estimado em US$ 3 trilhões, o estado do Rio de Janeiro emerge com um dos principais polos de economia com maior potencial da América Latina.

É o que aponta a prévia de estudo recente, divulgado no Green Rio 2024 - evento de sustentabilidade realizado na Marina da Glória - apresentado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que assim posiciona o Rio de Janeiro, por sua capacidade de impulsionar uma economia sustentável, que baseia no uso responsável dos recursos aquáticos e marítimos.

Segundo a OCDE, a economia do mar já responde por 9,74% do PIB fluminense, o que corresponde à movimentação de R$ 242,1 bilhões por anos. Somente em 2021, o setor empregava 301.122 trabalhadores com carteira assinada, além de representar 15,15% das atividades produtivas ligadas ao mar.

Por sua vez, o governo do Rio tenciona adotar a Política Pública de Economia Azul, a qual abrangerá ações de mapeamento de indicadores sociais e econômicos; gestão integrada das águas e criação de um fundo para a preservação de ecossistemas aquáticos. Tal iniciativa incluirá, ainda, programas de educação para promover a cultura oceânica, visando o desenvolvimento sustentável e inclusivo.

Primeira a destacar a contribuição do estado fluminense à nova variável econômica, por ocasião do Fórum Massy Comexlog, no início de outubro, no Píer Mauá, a subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade do Rio, Ana Asti, explicou que a 'Economia Azul', por princípio, busca equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental, em favor do bem-estar social e a criação de empregos. Foi durante esse evento, a OCDE ratificou o Rio como um dos polos emergentes dessa economia para o Brasil e a América Latina.

Ao reconhecer a relevância estratégica do estado, o diretor-presidente da Massy, Bruno Barbeito avaliou que "o Rio de Janeiro possui potenciais inesgotáveis em termos de sua costa marítima, com uma robusta malha portuária e posição estratégica para o comércio exterior. A utilização inteligente e responsável desses recursos é essencial para tornar o estado referência nacional e internacional na economia dos oceanos".

O relatório da organização faz menção, além da despoluição da Baía de Guanabara, ao programa 'Guanabara Azul: estratégia para a economia costeira', voltado para o fortalecimento das atividades econômicas costeiras, por meio da mobilização de parcerias entre municípios para captação de investimentos, desenvolvimento de projetos de inovação tecnológica e fortalecimento das atividades econômicas na região metropolitana do Rio.

Do ponto de vista planetário, o estudo da OCDE projeta um crescimento expressivo da economia marítima mundial, que pode atingir U$ 3 trilhões até 2030, mediante à aderência dos setores do comércio, indústria e serviços às práticas sustentáveis. Com 80% de sua população localizada em áreas litorâneas, os impactos socioambientais dessas iniciativas para o Rio são considerados promissores. A economia Azul será tema de destaque durante o G20, que ocorre no Rio de Janeiro em novembro, que dará foco à preservação e restauração dos oceanos.