Por Marcello Sigwalt
Está para 'nascer' um centro de desenvolvimento científico e de inovação tecnológica do Rio. É o que prevê o projeto de unificação das 18 unidades do Inca (Instituto Nacional do Câncer), visando a reforma do Hospital do Câncer I, na Praça Cruz Vermelha, no centro, além da construção de outros três edifícios no terreno vizinho, cedido pelo governo do Rio, que visa concentrar áreas de alta complexidade no tratamento do câncer, pesquisa, ensino, prevenção e gestão, de modo a reduzir despesas, unificando a infraestrutura, hoje dispersa em diferentes locais.
Reforçado pela participação privada, o projeto pretende fortalecer e impulsionar a atuação do Instituto em pesquisa possibilitando o desenvolvimento local de terapias. Para se tornar realidade, o empreendimento - cujo contrato foi assinado pelo Ministério da Saúde, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a direção do Inca - demandará investimentos de R$ 1,1 bilhão.
A nova estrutura também permitirá ampliar a oferta de serviços do Inca, mediante a disponibilização de mais equipamentos de radioterapia, leitos de internação, leito de CTI/Semi-Intensiva, salas cirúrgicas e poltronas de quimioterapia.
Na visão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, "esse é um projeto de avanço na política de média e alta complexidade para assistência ao câncer, uma prioridade da nossa gestão. Ação que mostra associação entre investimento privado, com apoio do BNDES e, sobretudo, a ideia de tudo isso ser voltado para melhoria da gestão, também com recursos do Novo PAC", acrescentando que "esse modelo é capaz de oferecer custo-efetividade no combate a essa doença que se expande no Brasil e sufoca sistemas de saúde em todo o mundo".
Infraestrutura ganha qualidade
Ao destacar que a parceria tem o potencial de dar mais qualidade à infraestrutura hospitalar do Inca, além de disponibilizar melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde e de atendimento, com aumento na oferta de leitos, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante previu que o projeto do Inca "resultará em benefícios para o sistema de saúde, como a otimização de recursos, a redução de custos, a unificação de múltiplos contratos, a modernização das instalações e a criação de sinergias operacionais".
Mercadante emenda, afirmando que "a estruturação desse projeto marca um avanço significativo na área de saúde no Brasil e reforça o compromisso do governo do presidente Lula com a inovação e a eficiência na gestão dos serviços de saúde pública".Em sua análise sobre o cenário da doença no país, o diretor-em-exercício do Inca, João Viola acentua: "Nós evoluímos muito nos últimos anos quanto ao tratamento, diagnóstico e prevenção, mas o câncer ainda é um grande desafio. Por isso a importância de valorizar e expandir instituições como o Inca que fazem essa assistência à saúde, além de pesquisa e ensino".
Os serviços assistenciais e médicos do INCA continuam sob a responsabilidade dos servidores públicos, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento público e gratuito, sob a gestão e supervisão do Ministério da Saúde.