Por Marcello Sigwalt
Caso decida investir na construção de uma 'identidade gastronômica', visando impulsionar o turismo, o Rio de Janeiro, na qualidade de porta de entrada do turista estrangeiro no país, poderá auferir uma arrecadação, no montante superior a R$ 357 milhões, nos próximos dez anos. Somente no ano passado, foram arrecadados, pelo município, R$ 238 milhões em ISS (Imposto sobre Serviços) com o fluxo turístico internacional.
A previsão promissora integra o estudo "Rio: a Capital da Gastronomia Sustentável da América Latina", elaborado pela Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico (Smdue), em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo (Smtur-Rio) e o Instituto Bazar. Uma das conclusões do estudo é de que o Rio possui potencial de atrair até 2 milhões de turistas em uma década.
Ao ressaltar que a cidade detém 'todos os ingredientes' para consolidar esse setor, o titular em exercício da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Thiago Dias, revela que "o Rio vem se preparando para receber a cada ano mais turistas. Nós trabalhamos para fortalecer o aeroporto internacional do Galeão por meio de política pública, incentivamos a movimentação da economia e vemos a retomada da construção de hotéis na cidade, estamos revitalizando o Centro e criando um novo polo turístico, a Rua da Cerveja. São muitas iniciativas, e o fortalecimento nesse momento do turismo gastronômico na cidade só ajuda a consolidar a vocação do Rio, que tem sua economia fortemente ancorada na oferta de serviços".
Com sua gestão à frente da Secretaria Municipal de Turismo, voltada ao turismo gastronômico - além de ser responsável por trazer para a cidade, em 2023 e 2024, o Guia Michelin e o 50 Best América Latina - Daniela Maia acentua que "valorizar nossas riquezas culturais é preservar o patrimônio, material e imaterial. Somos uma cidade plural e a nossa gastronomia traduz essa diversidade. É com essa mentalidade que venho direcionando o nosso trabalho de dar forma a um Rio de Janeiro como destino gastronômico, tanto doméstico, quanto internacional".
Para cimentar o caminho da 'excelência gastronômica' carioca, Daniela destaca ações, como: incentivo à mídia especializada; parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) para valorização da gastronomia pelo trade turístico; e, em sintonia com diretriz da ONU Turismo de apoiar iniciativas sustentáveis, incentivar nichos como festivais de Comida Preta, Comida de Favela, e outros relacionados à segurança alimentar e o combate à fome.
O estudo conclui que a gastronomia, além conquistar o visitante estrangeiro, valoriza a identidade cultural da cidade, como destino global. Nesse cardápio irresistível, ainda há o foco na sustentabilidade para 'seduzir' o 'viajante gourmet', segundo observa a fundadora do Instituto Bazzar, Cristiana Beltrão.
