Pirâmide financeira 'desaba'

Operação 'Queóps' cumpre 12 mandados contra quatro suspeitos

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Por Marcello Sigwalt

Apontado por movimentar o equivalente a R$ 1 bilhão, em quase dez anos, um esquema de pirâmide financeira foi alvo, nessa quinta-feira (31), da Operação Queops, deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, em conjunto com o Ministério Público do Rio (MPRJ), mediante o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão, contra quatro integrantes da organização criminosa, que impôs prejuízo financeiro a centenas de pessoas.

No total, 39 pessoas foram denunciadas pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) à 2ª Promotoria de Investigação Penal Territorial da Área Centro e Zona Portuária.

De acordo com o MPRJ, o grupo criminoso agia em rede, com foco em militares, aposentados, pensionistas e servidores públicos, e uso de 15 empresas, criadas apenas para aplicação dos golpes.

Como 'modus operandi', os criminosos atuavam de duas formas distintas: na primeira, a vítima era convencida a contrair um empréstimo, que seria contraído na instituição bancária indicada pelos fraudadores. Uma vez consumada a operação, a vítima ficava com 10% do valor e transferia o restante a uma empresa ligada ao grupo, que se responsabilizava pelo pagamento integral do empréstimo contraído, o que nunca ocorria.

Na segunda forma, os bandidos ofereciam às vítimas, já com empréstimos em andamento, uma redução nas parcelas, desde que isso fosse feito, por meio de compra da dívida, refinanciamento ou portabilidade, mais uma vez, 'acenando' com um ganho de 10% sobre o saldo devedor. De posse dos dados, os criminosos contraíam novo empréstimo. Quando o novo valor era creditado, a vítima, 'satisfeita' com um montante maior recebido, repassava o excedente à empresa dos golpistas.

Mantida a artimanha, a organização criminosa se fortalecia cada vez mais, constituindo novas empresas, para praticar mais cremes. Para eternizar o esquema, os bandidos ameaçavam as vítimas, para que estas não denunciassem a falcatrua.