Bolsa carioca passa a ser 'Brazilian Stock Exchange'
Para o CEO Cláudio Pracownik, prioridade é atrair parceiros estratégicos
Por Marcello Sigwalt
Batizada de Base (do acrônimo Brazilian Stock) Exchange, a nova versão da bolsa de valores do Rio de Janeiro ganha uma feição mais 'high tech', além de contar com sócios capazes de garantir um volume expressivo de 'trading inicial'.
Atualmente na fase de roadshow, tanto no país, quanto nos Estados Unidos, a nova 'grife' do mercado de capitais fluminense terá assessoria financeira da Olímpia Partners e participação do acionista controlador, Mubadala, para implantação do seu "liquidity partnership program", ou seja, um programa voltado à ampliação de parcerias de liquidez do empreendimento.
De acordo com o CEO da Base, Cláudio Pracownik, em entrevista ao site Pipeline, do Valor Econômico, esclarece que se trata de um "private placement, em que parceiros estratégicos internacionais e brasileiros adquirem um percentual pequeno da companhia, mas atrelado a um programa de liquidez. Em três anos, quanto mais volume aportar pela minha bolsa e com spreads mais acessíveis, haverá mais warrant para conversão futura", ao acrescentar que "não é uma questão de dinheiro, mas de volume, de governança, de parceria de longo prazo".
No momento, as reuniões realizadas abordaram a questão do valuation e o plano de negócios da nova bolsa, mas não foi revelado o percentual do capital societário necessário à composição do programa. A princípio, o entendimento predominante é no sentido de que esse primeiro volume garantido atraia fluxo de outros agentes de mercado, mas que não vão compor a base acionária.
Depois de participar de reuniões nos Estados Unidos, há 15 dias, Pracownik pretende abrir nova rodada de conversas, no início de dezembro próximo, com a expectativa de contar com um indicativo de adesões, no início do ano que vem. A iniciativa se espelha na experiência de sua principal concorrente no país, a B3 (B3SA3), que também teve origem em uma sociedade entre os agentes de mercado, os quais possuíam títulos patrimoniais da Bovespa, depois convertidos em ações. A escolha do termo 'Brazilian Stock Exchange' tem por finalidade constituir uma bolsa nacional, e não como uma bolsa do Rio, onde fica sua sede, e também faz referência a solidez. "No futebol a gente diz que a base vem forte, a gente brinca com isso aqui também. A Base vem para jogar bem, com uma equipe de casa", esclarece o CEO, ao lembrar que a ATG, provedora de tecnologia de negociação, também foi rebatizada, superando o 'estigma' dos tempos do fundador, para Flowa, companhia que será a provedora de tecnologias da nova bolsa, presidida também por Pracownik.
Nesta semana, a 'Base' deve inserir, em seu site, as especificações de conexão, de modo a permitir que 'players' interessados iniciem testes de conectividade na plataforma ou entender as características da operação, cuja transação é com papeis que não estão listados naquela bolsa. Para o mês que vem, a expectativa é de que a Base publique as bases de conexão com a clearing.
"Vamos estar prontos tecnologicamente no final do ano. O processo regulatório com o BC e CVM avançou muito", adiantou o CEO.