Lavagem de dinheiro em farmácias
Operação visa 'desmontar' prática criminosa na Zona Oeste
Por Marcello Sigwalt
Com o objetivo de combater um esquema de lavagem de dinheiro da milícia na Zona Oeste, por parte de responsáveis por uma rede de drogarias na Zona Oeste, a Polícia Civil realizou, na manhã dessa terça-feira (26), uma operação para cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão, com destaque, para o condomínio de luxo na Estrada da Cachamorra, em Campo Grande (Zona Oeste), e em farmácias da região, dominadas pelo grupo criminoso conhecido como 'Liga da Justiça', que teria movimentado cerca de R$ 50 milhões em cinco anos.
Segundo o delegado Renan Mello, em entrevista ao "Bom dia Rio", da TV Globo, "a investigação é de uma rede de farmácias que supostamente tem ligações com a Liga da Justiça, um grupo de milicianos que atua na Zona Oeste. O que chamou a atenção nessa rede de farmácias foi a utilização de laranjas para a abertura de algumas unidades, pessoas que não têm a menor capacidade financeira para ostentar esse tipo de sociedade, valores vultosos e incompatíveis com a movimentação de algumas dessas unidades, bem como relatos de funcionários de conselhos de fiscalização, como o Conselho Regional de Farmácia, que sofreram ameaças de milicianos ao efetuarem fiscalização nas unidades dessa rede". Mello acrescenta que o objetivo da operação é apreender documentos ou aparelhos de telefone celular que fornecer informações mais detalhadas para as investigações que estão em curso.
Para promover a operação, a investigação da Polícia Civil tomou por base documentos de inteligência financeira e análises de vínculos, que apontariam 'íntima relação' entre proprietários da rede e criminosos da Liga da Justiça, e utilização de laranjas e da atividade empresarial, para viabilizar a lavagem de dinheiro proveniente da atividade criminosa.
Inovação criminosa, os policiais conseguiram apurar, ainda, que foi utilizado um aparato criminoso com a finalidade de ameaçar e inviabilizar a ação de órgãos fiscalizadores. A operação foi desenvolvida por policiais civis da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD).