Por Marcello Sigwalt
Em ação que visa cumprir mandados de prisão contra investigados pertencentes à facção criminosa 'Comando Vermelho', responsável por roubos e furtos de cargas e veículos, foi deflagrada, nessa segunda-feira (9), nova etapa da Operação Torniquete no Complexo da Maré (Zona Norte).
O confronto entre criminosos e agentes das polícias Civil e Militar - com tiroteio registrado em diversas comunidades da região, como Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Nova Holanda, Parque União, Vila do João e Vila Pinheiros - deixou um saldo de dois suspeitos mortos e prisão de outros três, com apreensão de três fuzis, uma pistola e uma granada. Veículos roubados foram recuperados, segundo a Polícia Civil.
Como resultado da operação, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que as Clínicas da Família (CF) Augusto Boal, Adib Jatene, Jeremias Moraes da Silva e o Centro Municipal de Saúde Vila do João acionaram o 'protocolo de acesso mais seguro', o que determinou a suspensão do funcionamento das instituições.
Liderada por Rodrigo da Silva Caetano (Motoboy), e Jorge Luís Moura Barbosa (Alvarenga), quadrilhas de roubos de veículos e cargas financiavam a "caixinha" da facção, para aquisição de armas, munição, e pagar "mesada" a parentes de presos do comando.
Investigação das delegacias especializadas e de outras unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) - analisados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) e da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil (SSINTE) - descobriram que o líder do CV no Complexo da Penha, traficante Edgar Alves Andrade, o Doca, traficantes da Maré montaram o apoio logístico para que a quadrilha praticasse diversos crimes nos bairros do Rio e Região Metropolitana.
No interior das comunidades, eram desenvolvidas atividades criminosas decorrentes dos roubos de veículos e cargas, como o armazenamento, transbordo e posterior revenda das cargas roubadas para receptadores; clonagem de veículos para revenda ou troca por armas e drogas; desmanche de veículos para revenda de peças; uso dos veículos roubados pelas quadrilhas para deslocamento e prática de outros crimes; e cativeiro de vítimas sequestradas para realização de transferências via Pix.